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Há um novo mural de São João nas Fontainhas para eternizar a festa maior da cidade

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Um martelo com duas pernas, um balão gigante que “sobe, sobe, sem parar” e um alho-porro (talvez alho-polvo) com vários braços. O imaginário de Mariana Malhão está à solta num novo mural localizado no Passeios das Fontainhas, no muro de sustentação ao viaduto de Duque Loulé. O trabalho faz parte do programa de São João, reduzido ao mínimo devido à situação de pandemia que atravessamos. O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, acompanhado pela vereadora com o pelouro da Juventude e Desporto, Catarina Araújo, inaugurou, hoje, a nova instalação artística, aproveitando o simbolismo da véspera da noite mais longa do ano na Invicta.

“Quem vem e atravessa ao rio, junto à Serra do Pilar, vê um velho casario, que se estende até ao mar”. E agora, algures no meio deste casario eternizado pela voz de Rui Veloso, há um novo ponto de cor e luz a despertar a atenção: o novo mural de São João, feito de elementos identificativos desta tradição, idealizado e pintado pela ilustradora e artista plástica Mariana Malhão.

A partir de uma encomenda do Município do Porto, a artista foi desafiada a criar, livremente, uma visão pessoal sobre esta festa e a memória de um povo. Ao seu dispor, uma parede branca. Uma parede que se devota ao rio, num diálogo entre a tradição e a contemporaneidade.

A parede, que marca a parte final do parque de estacionamento de Duque de Loulé, ganha assim um novo enredo – “mas não há nenhuma narrativa aqui”, diz Mariana Malhão -, com novas personagens, reconhecíveis por todos os portuenses. “Decidi adaptar o meu desenho ao tema, nunca tinha feito nada a partir da ideia do São João, mas tinha feito já um workshop de balões com o Luciano Brito [mestre baloeiro brasileiro, atualmente a residir no Porto]. Parece que estes balões também são uma tradição no Brasil. E esse acabou por ser o primeiro desenho que apareceu”, reconhece a artista.

Na parede, o balão é o elemento em evidência. O desenho central, o epicentro de um conjunto de personagens que coabitam o local. “A partir dessa base, decidi criar as personagens, como se elas fossem a luz e cor da festa. São os ícones de São João que iluminam a noite”, esclarece. Noite, essa, personificada na base, a cor preta que “ilumina” toda a parede. “É uma noite muito luminosa”, acrescenta Mariana.

O trabalho demorou uma semana a ser feito, apesar das contrariedades meteorológicas e climatéricas dos últimos dias. O mural pode ser encontrado fazendo o percurso (descendente) pelo Ramal da Alfândega até às Fontainhas.