Inovação

Grupo de investigação do i3S premiado com bolsa de fundação norte-americana

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Filipa Brito

Terapia de rejuvenescimento criada por investigadores do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S), da Universidade do Porto, foi premiada com uma bolsa no valor de 150 mil dólares pela Progeria Research Foundation (PRF), que nos próximos dois anos será aplicada no combate à progeria, uma doença rara de envelhecimento infantil.

Na sequência de uma recente descoberta de um composto de rejuvenescimento celular, um grupo de investigação do i3S, liderado por Elsa Logarinho, foi distinguido pela Progeria Research Foundation - a única organização sem fins lucrativos que se dedica exclusivamente a encontrar tratamentos e a cura para a progeria e patologias associadas, incluindo doenças cardíacas - com uma bolsa que ascende os 150 mil dólares.

Graças a este financiamento, a equipa de investigação tem agora reunidas as condições para "iniciar a validação pré-clínica da primeira estratégia farmacológica de rejuvenescimento celular baseada na correção da instabilidade genómica, característica que está na base do envelhecimento precoce dos doentes com progeria", explica a investigadora Elsa Logarinho.

Durante os próximos dois anos, esta equipa do i3S irá "estudar o mecanismo de ação desta estratégia farmacológica recorrendo a células isoladas a partir de pacientes com progeria, caracterizar as propriedades farmacocinéticas do composto e testar o efeito do tratamento no modelo animal da doença, com particular foco nas doenças cardiovasculares, que determinam a mortalidade prematura desta patologia".

"O objetivo é validar este composto como uma terapia anti-envelhecimento", refere ainda a investigadora portuense.

O grupo de cientistas estuda as vias genéticas e bioquímicas que afetam a velocidade do envelhecimento, a fim de desenvolver terapias que possam retardar, ou mesmo reverter este processo.

Este projeto, levado a cabo pela i3S, foi um dos selecionados pela fundação norte-americana - na categoria "projetos de investigação translacionais para o tratamento da progeria" -, através de uma comissão de investigação médica internacional, que envolveu a avaliação de centenas de propostas.

Para a líder do grupo de investigação da Universidade do Porto, "este prémio é uma honra", sublinhando que a equipa está "otimista" de que vai contribuir para "o avanço nesta área, não só permitindo uma melhoria significativa da saúde dos pacientes, mas também promovendo uma nova terapia contra o envelhecimento natural".

Sem a descoberta de novos tratamentos, crianças com progeria morrerão de doença cardíaca na adolescência. Leslie Gordon, cofundadora e diretora médica da PRF, manifesta, por isso, esperança no trabalho desenvolvido no i3S: "Estamos extremamente entusiasmados com o trabalho de investigação de Elsa Logarinho e aguardamos as novas descobertas da sua equipa no sentido de compreender, tratar e curar crianças com progeria".

O registro internacional de pacientes da PRF inclui atualmente mais de 300 crianças com progeria, em mais de 65 países.