Urbanismo

Governador de Nagasaki visita obra que trará a luz ao antigo Matadouro

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Komorebi” é a palavra em japonês que se refere aos raios de luz do sol, visíveis através das folhas das árvores. O conceito elaborado pelo arquiteto Kengo Kuma para o projeto que vai reconverter o antigo Matadouro orientou a visita do governador de Nagasaki, Oishi Kengo, ao lado do presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, e do vereador do Urbanismo, Pedro Baganha, à obra em curso naquele quarteirão na zona oriental da cidade.

“Este projeto vai mudar o Porto”, afirmava Kengo Kuma, em vídeo, o arquiteto responsável, em parceria com os premiados arquitetos portugueses da OODA, pelo projeto quando, em setembro do ano passado, fez, também ele, uma visita ao espaço.

Agradecido pela “oportunidade de fazer o projeto de uma vida, na minha cidade favorita”, o japonês acredita ter pensado para o Matadouro “um projeto pioneiro nesta área, uma cidade completa, onde as pessoas podem usufruir de um novo estilo de vida”.

No final de mais uma visita à obra, que se encontra já na segunda fase de intervenção, o vereador do Urbanismo confessava o entusiasmo, mas também “a esperança e um bocadinho de ansiedade”. Apesar do “tempo que estes processos demoram sempre”, Pedro Baganha afirma que “é muito bom, finalmente, ver a obra no terreno a acontecer. Tenho a certeza que vai ser um edifício absolutamente notável”.

Reafirmando como os 11 edifícios que compõem o antigo Matadouro vão dar lugar a um “verdadeiro polo transformador de toda a Campanhã”, o vereador mostra-se satisfeito por ter sido apresentado à autarquia um projeto “completamente alinhado com a intenção política” pensada para ali.

“Um dos objetivos deste equipamento foi sempre misturar a atividade económica com a abertura à comunidade local”, lembra o responsável pelo Urbanismo, sublinhando como a criação de uma nova praça, aberta à Rua de São Roque, vai permitir cumprir o que sempre foi visão do Município: “criar um pequeno trecho de cidade ligado àquilo que o rodeia”.

No futuro, acrescenta, Pedro Baganha, quando “os terrenos da antiga estação de recolha de São Roque forem urbanizados, de acordo com os estudos que a Câmara Municipal está a elaborar, essa praça vai ter continuidade numa grande zona verde”.

40 milhões de euros de investimento em comércio, economia, ação social e cultura

Com um investimento global superior a 40 milhões de euros, totalmente assegurado pela empresa vencedora do concurso público, a Mota-Engil, a reconversão do antigo Matadouro Industrial vai resultar em espaços empresariais diversificados e polivalentes, espaços comerciais e de lazer de apoio local, espaços destinados à ação social e à ligação com a comunidade local e de cariz cultural e artístico, para exposições, produção e depósito de acervo de arte.

Desativado há mais de 20 anos, o espaço tem um total de 26 mil metros quadrados, dos quais 20.500 serão reconvertidos. Desses, 12.500 vão ser explorados pela Mota-Engil e os restantes pela Câmara do Porto. No final de 30 anos de concessão, o equipamento regressa à esfera municipal.