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Gestores hospitalares e Câmara fizeram balanço sobre funcionamento do Hospital de Campanha

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A estrutura montada no Super Bock Arena - Pavilhão Rosa Mota foi importante para garantir um melhor atendimento aos doentes mais graves de COVID-19 nos dois hospitais públicos de combate à doença durante a fase aguda. Câmara ainda não desmontou estrutura e só fará nova avaliação a 15 de junho.

Estas são as principais conclusões de um encontro que hoje teve lugar entre quatro administradores dos hospitais de São João e Santo António, o presidente do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos e o presidente da Câmara do Porto, que decorreu na Casa do Roseiral, nos jardins do Palácio de Cristal. As quatro entidades envolvidas na montagem e gestão da estrutura, que contou ainda com o apoio de muitas outras e com os donativos de muitos portugueses, fizeram um balanço positivo da colaboração estreita que mantiveram durante o período mais crítico da pandemia no Porto.

O hospital esteve ativo cerca de um mês, recebeu doentes COVID-19 oriundos dos dois hospitais e também de lares rastreados no âmbito de um programa de separação de positivos e negativos lançado pela autarquia, e deverá apresentar contas sustentáveis, com despesas que se estima não venham a ultrapassar o valor angariado.

Para Rui Moreira, este projeto valeu a pena. Estiveram internadas 28 pessoas com COVID-19, 14 mulheres e 14 homens, entre os 35 e os 92 anos. A duração dos internamentos variou entre um dia e 27 dias, com um tempo médio de 14 dias. "Mas mesmo que não tivesse chegado a ser necessário internar ninguém, como foi, tinha valido a pena. O que não podíamos era deixar transbordar o SNS e ficarmos sem solução de um dia para o outro. Montámos o hospital em 17 dias e quando iniciámos o processo não sabíamos qual o caminho da pandemia em Portugal", afirma o presidente da Câmara, lembrando que "é como o combate aos incêndios. Temos de ter os meios necessários imaginando que podemos ter muitos incêndios, desejando que nada arda e todos os meios aéreos fiquem em terra. O que não podemos é deixar que comece o incêndio e só depois pensarmos como o podemos apagar", explicou.

Os 265 profissionais que ali trabalharam foram todos voluntários, regidos pela Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos e, durante o período de funcionamento, não se registou qualquer incidente nem qualquer infetado e encontra-se encerrado desde o dia 15 de maio.

Estiveram envolvidos dois administrativos, 50 auxiliares da ação médica, 53 enfermeiros e alunos de enfermagem e 160 médicos ou alunos de medicina. O funcionamento do hospital foi possível graças à cedência do espaço pelo concessionário do pavilhão, às 300 camas cedidas pelo Exército, à colaboração da Escola de Enfermagem - Instituto de Ciências da Saúde do Porto da Universidade Católica, da Faculdade de Medicina da UP, do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar - Universidade do Porto e de muitos privados.

Constituíram o seu gabinete de gestão, o presidente do CRNOM, António Araújo, Eurico Castro Alves, os presidentes dos Conselhos de Administração do Centro Hospitalar de São João e do Centro Hospitalar Universitário do Porto, respetivamente Fernando Araújo e Paulo Barbosa, e o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira.