Ambiente

Garça selvagem é devolvida ao seu habitat na margem do Jardim do Calém

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Devolver animais selvagens ao seu habitat natural é já uma prática comum do Município do Porto. Na tarde desta quinta-feira, foi a vez de libertar uma garça adulta junto ao Observatório de Aves, situado na margem do Jardim do Calém. O momento foi acompanhado de perto por elementos do Centro de Recolha Oficial de Animais do Porto, pelo vice-presidente da Câmara do Porto, Filipe Araújo, e pelo Centro de Recuperação de Fauna do Parque Biológico de Gaia.

A ave foi capturada na via pública por elementos do Centro de Recolha Oficial de Animais (CROA), a 22 de setembro, na sequência de um alerta dado por um munícipe, tendo sido entregue, posteriormente, aos médicos veterinários do Parque Biológico de Gaia, responsáveis pelo seu tratamento.

"Quando ela chegou, vinha magra, voluntariamente não se alimentava e nós tentámos corrigir e perceber quais as causas", afirmou Vanessa Soeiro, médica veterinária do Centro de Recuperação de Fauna do Parque Biológico de Gaia.

Após o tratamento, a ave "ficou clinicamente estável, começou a comer, o que culminou agora na libertação do animal".

Quanto ao local escolhido para a devolução da espécie ao seu habitat - feito no Jardim do Calém, próximo à Reserva Natural Local do Estuário do Douro - a médica veterinária referiu que esta é uma zona onde "há muita tainha", peixe integrado na dieta alimentar desta ave, e que, além disso, quiseram libertar esta garça de idade adulta "num local onde já tenha sido vista a espécie, onde ela possa recuperar".

Antes do animal ser libertado, foi ainda colocada uma anilha, um procedimento já habitual que permite identificar a ave em futuras capturas ou contribuir para o estudo das migrações da espécie.

O trabalho desenvolvido pelas duas instituições é fruto de uma parceria entre os municípios do Porto e de Vila Nova de Gaia, que pretende alertar e sensibilizar a população para a importância da conservação da natureza e da biodiversidade no meio urbano.

Para Filipe Araújo, vice-presidente da Câmara do Porto, esta colaboração foi "excecional", ressaltando que a cidade tem feito um "esforço grande nos últimos anos" no sentido de "voltar a ter condições para tratar os animais que, ao fim ao cabo, são abandonados ou são recolhidos".

"Temos uma estrutura muito capaz, um corpo técnico capaz de médicos veterinários, enfermeiros veterinários e tratadores, que nos permite estar completamente seguros de que o bem-estar animal é um assunto muito bem tratado na cidade do Porto", acrescentou ainda.

Estas ações são sempre, se possível, associadas e realizadas no âmbito de datas temáticas - caso do Dia do Animal, celebrado a 4 de outubro - uma forma simbólica de "dar visibilidade àquilo que é o trabalho do ano inteiro em relação à manutenção, à preservação destas espécies e ao cuidado que o cidadão, no seu dia a dia, deve ter em preservar os habitats, nomeadamente mantendo os espaços limpos, não alimentando os animais e uma série de outras regras que devem ser cumpridas no sentido de continuarmos a ter os animais presentes aqui à nossa volta", completou o responsável pelo pelouro do Ambiente e Inovação.

Ao longo dos anos, estas ações têm permitido devolver muitas outras espécies selvagens à natureza, em vários locais da cidade.