Ambiente

Galardão “classe A” para o Porto pela redução dos gases com efeito de estufa

  • Isabel Moreira da Silva

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Filipa Brito

O Porto foi classificado em 2020 como cidade “classe A”, uma distinção internacional atribuída pela organização “Carbon Disclosure Project” (CDP), que reconhece os esforços desenvolvidos pelo município para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e criar resiliência aos impactos das alterações climáticas. A entrega dos prémios CDP Europe Awards 2021 decorre esta tarde.

O Município do Porto integra assim a restrita lista das 88 cidades em todo o mundo consideradas líderes ambientais, que estão a trabalhar para se tornarem locais resilientes, saudáveis e prósperos para se viver e trabalhar.

Este olhar sobre o compromisso que os centros urbanos assumem por um futuro mais sustentável, será um dos pratos fortes dos prémios CDP Europe Awards 2021: #BuildForwardBetter, que vão ser atribuídos numa cerimónia online marcada para esta terça-feira, dia 2, às 16 horas.

No evento, cujo alinhamento inclui uma celebração especial em vídeo do “CDP Cities A List”, marcarão presença líderes mundiais como a chanceler Angela Merkel, além de autarcas locais de diversos países.

Como cidade galardoada, o Município do Porto fará parte desse momento, através de uma mensagem difundida pelo vice-presidente e vereador da Inovação e Ambiente, Filipe Araújo. O representante deixará uma breve nota sobre o papel do Porto neste movimento, que passa pela concretização de uma estratégia para o ambiente assente na recuperação verde, comprometida em ajudar a sociedade e a economia sob a premissa #BuildForwardBetter, por forma a impulsionar um futuro neutro de carbono e uma transição justa.

Pela primeira vez, o CDP Europe Awards 2021 é produzido pela Euronews, o canal de notícias mais visto da Europa. A inscrição é gratuita, sendo apenas necessário efetuar registro aqui.

O evento reúne os principais CEOs, autarcas, investidores e legisladores da Europa para discutir como é possível contruir um futuro melhor onde empresas, instituições financeiras, governos locais e legisladores serão os principais agentes transformadores, implementando com urgência planos de transição claros para uma nova era de zero emissões.

Porto tem estratégia de adaptação às alterações climáticas

Recorde-se que, no final de 2016, a Câmara do Porto concluiu a Estratégia Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas (EMAAC). Deste plano traçado para a sustentabilidade da cidade foram identificadas 52 opções estratégicas que visavam preparar gradualmente o Porto para absorver os impactos climáticos, adaptar-se e retroagir para assim reduzir a exposição dos seus cidadãos aos efeitos das alterações climáticas.

Nesta senda, a autarquia tem vindo, entre outras ações, a melhorar as condições de habitabilidade dos bairros municipais. Eficiência energética, conforto térmico e poupança são os resultados diretos desta aposta, que foi já reconhecida pela Comissão Europeia como boa prática na aplicação dos fundos comunitários. Um conjunto alargado de complexos habitacionais foi já beneficiado, tendo em vista a promoção de um uso mais adequado da energia.

A eficiência energética, para além de respeitar o ambiente promovendo a utilização de fontes renováveis, permite potenciar o conforto térmico das habitações e reduzir a fatura energética, dotando os edifícios de maior sustentabilidade.

O estudo de monitorização do projeto indica que houve uma significativa redução do consumo de energia, na ordem dos 47%, e também de emissões, de aproximadamente 50%, sendo este mais um passo para o objetivo do Porto de reduzir a metade as emissões de dióxido de carbono até 2030 e alcançar a meta da neutralidade carbónica até 2050.

Noutra frente, o município está a trabalhar para aumentar a produção local de energias renováveis, estimulando o estabelecimento de comunidades energéticas com produção, armazenamento, distribuição e utilização sustentável e descentralizada de energia no conjunto urbano.

De forma ainda a garantir uma elevada taxa de execução das 52 opções estratégicas assinaladas na EMAAC, está a ser preparado um Índice Ambiental. Esta figura inovadora permitirá agregar e majorar um conjunto de opções e intervenções pelo promotor urbanístico - que podem ir da eficiência energética, a medidas bioclimáticas, à circularidade da água e permeabilidade do solo, à construção de telhados verdes, à preservação de árvores centenárias, e também ao modo como se insonorize ou defenda a saúde acústica dos futuros residentes em relação ao ruído.

Este indicador é mais exigente para blocos novos de implantação livre e reveste-se de incentivo fiscal e/ou redução de taxas para todo o território. O Índice Ambiental, previsto no novo Plano Diretor Municipal (PDM), será objeto de regulamento próprio.

De forma a melhor se adaptar aos riscos impostos pelas mudanças climáticas, o Município do Porto quer duplicar a área verde, com a plantação de árvores nativas, o aumento da permeabilidade do solo e com soluções baseadas na natureza na reabilitação e construção.