Urbanismo

Gabinetes nacionais lideram consórcios que passam à fase final para construir a nova ponte para o metro

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Três propostas destacaram-se entre as 28 que chegaram para a execução da futura ponte sobre o Rio Douro. Em comum, têm o facto de serem lideradas por gabinetes de engenharia e arquitetura portugueses. Sendo esta apenas a primeira fase para a decisão final, os três finalistas, anunciados esta manhã na sede da Metro do Porto, têm até 18 de novembro para apresentar os projetos. A adjudicação deverá ser atribuída no início de dezembro para que a obra se erga até ao final de 2025.

Uma solução de pórtico com efeito de arco, totalmente em betão, mas ainda assim leve e com o mínimo de apoios nas encostas é a proposta que sai em vantagem da primeira fase. Seguindo a premissa inicial de respeitar a envolvente e integrar a Ponte da Arrábida, a solução é apresentada por um consórcio liderado, precisamente, pelo gabinete responsável pela execução da ponte vizinha: o Edgar Cardoso, Engenharia e Laboratório de Estruturas.

Com uma forte orientação no sentido da sustentabilidade, a proposta prevê, ainda, a instalação de painéis fotovoltaicos nos carris, que permitirão a iluminação da ponte. Com um prazo de execução de 970 dias, teria um custo orçado em 50,5 milhões de euros, e ainda contempla escadas e um elevador a servir a Rua do Bicalho e a Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto.

Na segunda posição, uma solução em arco apresentada pelo consórcio encabeçado pela Coba Consultores e que prevê estar finalizada em 1001 dias. Com um orçamento de 62,8 milhões de euros, o projeto apresenta um arco de 16 metros de altura no seu ponto mais alto, sustentado por pilares metálicos, sendo os pilares nas encostas em betão.

No terceiro lugar da corrida segue uma ponte com solução em pórtico e pilares inclinados assimétricos apresentada pela Betar Consultores. Orçada em 69,2 milhões de euros, tem um prazo de execução de 1004 dias.

Concurso de execução no final de 2022, início de 2023

Para Rui Moreira, o conhecimento dos três finalistas à construção da nova ponte “é um momento muito importante”, que o presidente da Câmara do Porto aguardava “com grande ansiedade e apreensão porque nos podia ter calhado a fava”. Pelo contrário, o que o autarca viu foram “propostas muito adequadas para a expansão das nossas populações” e que “compatibilizam com as necessidades do território que é o território do nosso coração”.

“Havia quem escrevesse que os parâmetros não eram exequíveis…e são”, e, por isso, Rui Moreira mostra-se “muito tranquilo” com qualquer solução que venha a unir as duas cidades.

Partindo da “importância de termos duas autarquias que não têm dúvida sobre a sustentabilidade”, o ministro do Ambiente e da Ação Climática lembrou como foram necessários “apenas 20/25 segundos para se discutir se a ponte seria para automóveis”. Não é. Pela futura ponte vão circular apenas o metro, ciclistas e peões.

João Pedro Matos Fernandes não poupa nas palavras quando afirma que este terá sido “o mais desafiante concurso de pontes que houve no mundo”, referindo a participação de vários concorrentes de vários países.

O representante do Governo, que se fez acompanhar pelo secretário de Estado da Mobilidade, Eduardo Pinheiro, reconheceu que este “é um dia muito importante para Porto e Gaia” e cuja relação a futura ponte “vai tornar muito mais densa em transporte público”.

Já o presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia confessou “não ter nada de racional a dizer, mas apenas emocional”. Certo de que esta obra “vai ser uma marca absolutamente indelével nas cidade de Gaia e Porto”, Eduardo Vítor Rodrigues sublinha que o grande destaque dos projetos apresentados vai para “a tradição de termos sobre o Rio Douro verdadeiras e icónicas obras de arte”.

O presidente da Metro do Porto lembrou que todas as propostas chegaram de forma anónima “para tornar todo o processo livre de qualquer avaliação menos objetiva”. Tiago Braga referiu ainda que o concurso de execução a ser lançado “no segundo trimestre de 2022, primeiro trimestre de 2023” será integral e incluirá já o da linha de metro que vai unir a Casa da Música a Santo Ovídeo.

Nesta segunda fase do concurso, explicou Tiago Braga, serão consultados os três classificados e escolhida a proposta final com base nos parâmetros qualidade de conceção (com um peso de 50%), preço (20%) e prazo de execução (30%).