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Futuro do Teatro Municipal do Porto vai passar por uma dupla de codireção

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Filipa Brito

Está encontrado o modelo de direção do Departamento de Artes Performativas da empresa municipal Ágora – Cultura e Desporto do Porto. A sucessão de Tiago Guedes, que irá deixar a direção do Teatro Municipal do Porto para liderar a Maison de la Danse e a Biennale de Lyon, em França, será assumida por Cristina Planas Leitão, em codireção com outro elemento a selecionar através de concurso.

O anúncio foi feito nesta terça-feira pelo presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, na conferência de imprensa de apresentação da temporada 22/23 do Teatro Municipal do Porto (TMP), no Rivoli. “Depois de muito pensar sobre o assunto, e ter falado muitas vezes com o Tiago [Guedes] sobre esta questão, vamos implementar um modelo de codireção. Por um lado, vamos desde logo apostar numa pessoa da casa, a Cristina Planas Leitão, que foi programadora de artes performativas do DDD – Festival Dias da Dança. Vamos apostar, como se costuma dizer, na ‘prata da casa’, que tem todas as qualidades para dar continuidade a este trabalho”, enalteceu.

“Ao mesmo tempo”, acrescentou Rui Moreira, “vamos abrir um concurso para uma codireção. Não é um caso invulgar, há muitos outros teatros que têm codireções. Não nos esqueçamos que para além do Rivoli, temos o Campo Alegre e o Campus Paulo Cunha e Silva. Vamos abrir um concurso público internacional para a codireção do Departamento de Artes Performativas. Foi esta a decisão que eu tomei depois de ouvir também o Executivo, a administração da Ágora, um conjunto de pessoas com quem tive oportunidade de me aconselhar.”

O modelo encontrado corresponde à “vontade política” de manter o rumo do projeto, assumiu o presidente da Câmara do Porto: “Temos cerca de três anos de mandato pela frente. Não faria sentido entrar em ruturas, isso seria não reconhecer o trabalho excecional que tem aqui sido feito. Queria deixar aqui a grande confiança que tenho na Cristina para dar continuidade a este trabalho”, frisou.

“A saída do Tiago [Guedes], como todas as moedas, tem duas faces: por um lado nós ficamos contentes porque é o reconhecimento do mérito individual do Tiago [Guedes], mas é também o reconhecimento do trabalho que aqui foi feito por uma grande equipa e pela afirmação deste teatro naquilo que é o panorama internacional”, acrescentou o autarca, sublinhando que “hoje o TMP é, de facto, um projeto muito atrativo.”

Prevê-se que o concurso internacional para encontrar o elemento que assumirá a codireção com Cristina Planas Leitão abra no mês de julho. “Será constituído um júri internacional, cuja constituição será divulgada dentro de poucos dias. Vamos abrir o concurso ainda antes do verão. Esperamos que haja um anúncio de short-list já em setembro, depois entrevistas, o anúncio de codiretor ou codiretora em outubro, e início de funções, o mais tardar, no dia 1 de janeiro de 2023. Espero que isto interesse a muita gente, estou convencido que sim”, concluiu.