Política

Frente Atlântica cada vez mais unida em projetos estratégicos comuns

  • Paulo Alexandre Neves

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A tradição mantém-se e hoje, na Casa do Roseiral, os autarcas da Frente Atlântica reuniram para o almoço de Natal, oferecido pelo presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, aos seus homólogos de Vila Nova de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, e de Matosinhos, Luísa Salgueiro.

“Tem havido uma colaboração profícua entre os três municípios”, reconheceu Rui Moreira, nomeadamente em projeto de índole cultural, desportivo, a que se juntou, este ano, a afirmação externa, através da recentemente criada Greater Porto, que já esteve presente na Expo Real, em Munique (Alemanha) e, no próximo ano, no MIPIM, em Cannes (França).

Também o turismo é, no entendimento dos autarcas da Frente Atlântica, um setor que “tem de ser olhado não já segmentado, generalista, mas que atraia o turista que mais nos interessa, ou seja, com uma certa especialização”.

Em termos culturais, os três municípios renovaram, por mais três anos, a organização conjunta do DDD – Festival Dias da Dança. “A articulação, em termos da Cultura, tem sido altamente benéfico”, reforçou o autarca portuense, revelando que irão continuar também os projetos conjuntos na Casa da Arquitetura e Bienal de Design.

Pontes devem ser compatibilizadas

Relativamente a questões de mobilidade, nomeadamente sobre o concurso de conceção e construção da ponte rodoviária D. António Francisco dos Santos, Rui Moreira revelou que o júri recebeu propostas. “Neste momento, [o júri] está a fazer a avaliação das propostas. Depois disso, os presidentes das câmaras do Porto e Vila Nova Gaia vão olhar para o relatório do júri e determinar aquilo que será o futuro da ponte”, sublinhou o autarca portuense, reconhecendo que “será necessário compatibilizar com a travessia em alta velocidade”.

“Ainda não é uma decisão política, mas técnica. Há um concurso público, um júri, que tem de avaliar as propostas. Neste momento, não nos podemos sobrepor a um júri independente, que deverá pronunciar-se sobre elas nos primeiros dias de janeiro”, acrescentou.

A futura ponte para a alta velocidade introduz um novo fator, que “não deixará de pesar das decisões que forem tomadas”, de acordo com Rui Moreira, para quem “as duas travessias devem ser compatibilizadas”, tal como também defende o governo e a Infraestruturas de Portugal.

“Lançamos um concurso, temos recursos para realizar a ponte [D. António Francisco dos Santos], assinalando, com agrado, que as Infraestruturas de Portugal já veio dizer que, se precisarmos, tem possibilidade de compatibilizar as duas travessias: uma, à cota baixa, rodoviária, e outra, à cota alta, para a alta velocidade”, frisou.

“Temos uma cidadania muito ativa”, garante Rui Moreira

Rui Moreira pronunciou-se também sobre uma outra ponte, a do metro para a Linha Rubi, para garantir que, “a partir do momento, que percebemos que a inserção da ponte na malha urbana das duas cidades [Porto e Vila Nova de Gaia] envolve os arquitetos Siza Vieira e Souto Moura, que a Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP) já está mais tranquilizada, parece que está a aperfeiçoar-se um projeto que, inicialmente, levantou muitas resistências”.

“Felizmente, no Porto, Vila Nova Gaia e Matosinhos, todos os projetos se discutem. É a grande qualidade desta região. Temos uma cidadania muito ativa. É normal que se procure aperfeiçoar os projetos”, apontou, acrescentando que, sobre as atuais obras, a Metro apresentou um cronograma onde garante que as obras na Linha Rosa estarão concluídas no final de 2024 e a operação comercial terá início em 2025.

Já sobre a requalificação da Estrada da Circunvalação, o presidente da Câmara do Porto recordou que “houve um acordo entre os quatro municípios [Porto, Matosinhos, Gondomar e Maia] e sabemos hoje o que queremos. Os municípios, pelo menos o do Porto, não estão disponíveis para receber as competências da sua gestão sem um cheque que cubra, pelo menos, uma parte da transformação da Circunvalação”, disse, concluindo: “o master plan da Circunvalação está feito, sufragado pelos quatro municípios, visto pela Área Metropolitana. O assunto está tranquilo”.