Cultura

Fórum do Futuro propõe debates em torno do cosmos, do corpo e do mito

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Parthenon Marbles (foto: José Caldeira)

A exploração do cosmos, as políticas que condicionam o nosso corpo ou a ficcionalização do futuro de forma a melhor compreender o nosso passado e presente são algumas das inquietações propostas em "Cosmos, Corpo e Mito", que integram o conjunto de debates da próxima edição do Fórum do Futuro.

A realizar de 4 a 10 de novembro em vários locais da cidade, sob o tema Ágora Club, a edição deste ano pretende criar um espaço público de reflexão sobre a manifestação do pensamento clássico na cultura contemporânea.

Kapwani Kiwanga, artista que se apresenta como uma antropóloga do futuro, questionará o poder que uma comunidade, cuja história foi deliberadamente apagada, tem de imaginar possíveis futuros.

No mesmo sentido, Margaret Atwood, cujo trabalho mundialmente reconhecido está repleto de referências mitológicas, explicará porque caracteriza a sua obra de "realismo social" ou ficção especulativa, onde convida os leitores a refletir sobre as sociedades contemporâneas.

Por sua vez, Brooke Holmes, professora e responsável pelo projeto Liquid Antiquity, explicará a necessidade de revermos conceitos antigos, já que na Grécia Antiga o conceito de simpatia implicava uma relação emocional distribuída por todo o cosmos e por todas as coisas, humanas e não humanas.

Também sobre o cosmos, Michel Mayor, astrofísico responsável pela descoberta do exoplaneta 51 Pegasi, falará sobre o avanço tecnológico da astronomia e o que poderemos esperar encontrar para lá do nosso sistema solar.

Em relação direta com a História da Antiguidade Clássica, vários outros convidados apresentarão reflexões sobre o seu efeito e pertinência hoje em dia.

Martin Crimp, dramaturgo, explicará a relevância e atualidade de um conjunto de obras na história da Antiguidade Clássica que ainda hoje são levadas à cena.

Marina Warner, mitógrafa, e Beatriz Colomina, historiadora de arquitetura, partirão de "O Banquete", de Platão, para debater como as alegorias modernas e as práticas quotidianas e artísticas são influenciadas por diferentes perspetivas sobre o amor, a sexualidade, a beleza ou o género.

Os artistas Mary Reid Kelley e Patrick Kelley, conhecidos por cruzarem pintura, performance, poesia e vídeo, apresentarão o seu trabalho que utiliza Dioniso, Ariadne e Dédalo como personagens principais de uma história de ebriedade, depravação sexual e traição, revisitada com um twist feminista grotescamente cómico.

A Hans Ulrich Gumbrecht, académico e autor da obra seminal "In praise of athletic beauty", e Jörg Scheller, historiador de arte e curador, juntar-se-á a curadora de arte contemporânea e bailarina de dança do ventre Martha Kirszenbaum, para discutire a iconografia do corpo atlético na História e como este contribui para definir a nossa visão sobre o humano.

A fechar este painel, Paul B. Preciado, crítico da sociedade tecnopatriarcal, questionará o significado de transfeminismo e apresentará ideias para uma possível revolução social, defendendo a criação de alianças na criação de um movimento coletivo "em transição".

Veja os detalhes da programação no site www.forumofthefuture.com.