Cultura

Festival Internacional de Marionetas do Porto chega em outubro para testar os "Limites do Humano"

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José Caldeira

O Festival Internacional de Marionetas do Porto (FIMP) está de regresso num ano particularmente especial. De 9 a 18 de outubro, chega a dez salas para um total de 14 espetáculos, com várias estreias absolutas e nacionais incluídas, e com a participação de seis países. Na 31.ª edição, as marionetas, objetos e matérias a ganham vida e fazem-no para testar os "Limites do Humano", tema do festival, que pretende desafiar o público a pensar sobre o mundo das coisas de uma perspetiva diferente, diz a organização.

Teatro Municipal do Porto - Rivoli e Campo Alegre, Teatro Helena Sá e Costa, Palácio do Bolhão, Metro do Porto, Mira Fórum, Teatro de Ferro e Círculo Católico dos Operários do Porto e, pela primeira vez, o Cineteatro Constantino Nery, em Matosinhos, são os palcos que vão receber a edição de 2020 do FIMP, que se propõe explorar discursos e pensamentos sobre as ciências e a política, com uma programação que inclui ainda um 'concerto-performance', três workshops online e as duas masterclasses.

Num festival que também dará espaço para estreias absolutas, formações, mostra de trabalhos em processo e até algumas surpresas, além de Portugal, mais cinco países se associam ao programa, nomeadamente Holanda, Cabo Verde, Bélgica, França, Espanha, para um total de 25 apresentações.

"Esta é uma edição marcada pelo surto de um vírus [Covid-19] que poderá ter vindo para ficar por uns tempos. Neste contexto, procuramos o mais possível manter o programa inicialmente previsto. Deste modo, assumimos os nossos compromissos com os artistas, as equipas, as instituições parceiras e claro, o público", salientou o diretor artístico do festival, Igor Gandra, cita a Agência Lusa, reiterando as palavras que escreveu no texto de apresentação da edição.

O FIMP abrirá no dia 9 de outubro com "Kamp", um espetáculo dos holandeses Hotel Modern, que o diretor artístico do FIMP descreve como "impressionante" e atual face ao "crescimento assustador de tendências extremistas e racistas às quais é preciso estar muito atento". Em palco, descreveu na conferência de imprensa estará uma maquete "enorme", representando o campo de extermínio nazi Auschwitz-Birkenau, com casernas sobrelotadas e milhares de marionetas de sete centímetros, que representam os prisioneiros e os seus carrascos.

Já as honras de encerramento do festival serão dadas à produção proveniente da Bélgica, "Cratère 6899", de Gwendoline Robin, "uma brecha" que conduz o público às origens do mundo, quando os cometas colidiram com a terra, afirma Igor Gandra, citado pela mesma fonte.

Do programa, destacam-se ainda os espetáculos "Bad Translation", de Cris Blanco, Espanha, "Uma Coisa Longínqua", do Teatro de Ferro & Carlos Guedes, "O Fim do Fim", da Alma d'Arame & Companhia João Garcia Miguel, e "Lições de Voo", pelo Teatro de Marionetas do Porto.

Na conferência de imprensa, o diretor artístico reconheceu que, dadas as circunstâncias atuais, não foi possível desenvolver o modelo habitual em que os alunos das escolas artísticas do Porto eram integrados na vida do festival, tendo-se optado por criar momentos de contacto próximo com os artistas desta edição.

Com apoio da Câmara do Porto, o Festival Internacional de Marionetas do Porto (FIMP), que envolve o trabalho de mais de 200 pessoas, verá metade seus espetáculos subir aos palcos do Teatro Municipal do Porto (TMP) e, tal como acontece com a programação desta sala, a lotação dos auditórios será limitada a 50% da sua capacidade, cumprindo as normas da Direção-Geral da Saúde, garantiu Tiago Guedes, diretor artístico do TMP.

+ info: FIMP 2020