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Festival Internacional de Cinema Queer do Porto apresenta nova secção competitiva

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Encontra-se a decorrer até ao próximo sábado, 16 de outubro, o Festival Internacional de Cinema Queer do Porto.

Para além de retomar uma programação que inclui atividades como masterclasses e performances, nota para a criação de uma nova secção competitiva em parceria com a Reitoria da Universidade do Porto, o Prémio Casa Comum, dedicado exclusivamente ao cinema queer português.

É aqui que se inclui o trabalho delicado que Tiago Resende faz em “Películas”, ao ler uma carta a Luís Miguel Nava, e André Murraças resgata a história, ao recuperar um conto de António José da Silva Pinto, em “O Berloque Vermelho”. Já Paulo Patrício lembra-nos essa outra figura, a de Gisberta, justamente evocada em cinema, teatro e literatura, a que este “O Teu Nome É” acrescenta algo de muito novo. O programa completa-se com mais seis curtas-metragens.

As sessões e demais atividades desta sétima edição acontecem no Teatro Rivoli, Reitoria da Universidade do Porto, Faculdade de Belas Artes, Maus Hábitos e mala voadora.

Destaques

A sessão de abertura esteve a cargo de Bo McGuire e da sua mais recente longa-metragem “Socks on Fire”, uma carta de amor cinematográfica de um neto para uma avó, que tem como pano de fundo a luta entre uma tia homofóbica e um tio drag queen por uma propriedade.

Na Noite de Encerramento o destaque vai para “Au coeur du bois”, de Claus Drexel, passado no Bois de Boulogne, e que se foca nas trabalhadoras de sexo que compõem a mitologia desse espaço.

Outro destaque do Queer Porto 7 é a presença da realizadora alemã, Monika Treut, nome incontornável do novo cinema queer na Europa desde a década de 80. Vem apresentar o seu recente “Genderation”, um documentário que olha para os protagonistas do seu clássico “Gendernauts”, de 1986, também incluído na programação da presente edição do festival e que será seguido de uma masterclass com a realizadora.

Filmes em competição

Do programa faz parte ainda a exibição de “Famille tu me hais”, de Gaël Morel, um retrato de um conjunto de jovens expulsos de casa devido à sua orientação sexual, e acolhidos pela associação Le Refuge.

Na Competição Oficial destaque para “Tiempos de Deseo”, documentário da portuense Raquel Marques, que acompanha a gravidez da ex-companheira; “La mif”, de Fred Baillif, Melhor Filme na Generation da última Berlinale, uma incursão a uma casa de acolhimento de raparigas menores que expõe as feridas de um sistema de tutela no limite; e “Deus tem AIDS”, de Gustavo Vinagre e Fábio Leal, composto por um mosaico de gestos, provocações e testemunhos de artistas soropositivos brasileiros, entre outros.

O júri desta competição será composto pela cineasta e programadora Amarante Abramovici, pelo encenador e programador da RTP Daniel Gorjão e pela artista larose s. larose.

Temas e debates

O Queer Focus, outro dos segmentos da programação, irá ter uma componente de debates após o visionamento dos filmes, levando para a Reitoria da Universidade do Porto “The City Was Ours. Radical Feminism in the Seventies”, seguido de conversa com Ana Luísa Amaral, poeta, professora jubilada, pioneira dos estudos feministas e dos estudos queer na FLUP; e “Cured”, juntando-se ao debate Jorge Gato, psicólogo clínico e docente da FPCEUP, e Mia de Seixas, representante da Rede Ex-Aequo Porto.

O coletivo PROMETEU volta a estar presente nesta edição. Num ano ainda atípico, juntam-se assim esforços para habitar o espaço dos Maus Hábitos durante a semana do festival, através de uma programação que procura novas formas de voltar a humanizar o encontro.

A programação da edição deste ano está disponível aqui.