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Festival de Marionetas faz 30 anos e o Porto garante que não o deixa acabar

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O FIMP - Festival Internacional de Marionetas do Porto apresentou nesta manhã a edição dos seus 30 anos e obteve como "prenda" a garantia de que a cidade não o deixará acabar.

"Esperamos que os novos apoios da Direção-Geral das Artes - que deverão ser revelados a qualquer momento - reponham a justiça; mas, se assim não for, nós cá estaremos", tranquilizou o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira.

A abrir a conferência de imprensa em que seria revelada a programação do festival, que ocupará o Teatro Municipal do Porto e outros espaços da cidade entre 11 e 20 de outubro, o autarca recordou a "situação sensível e dramática" em que o FIMP se viu quando o Concurso ao Apoio Sustentado lhe deu a classificação de "inelegibilidade", ou seja, sem direito a apoio financeiro da DGArtes.

Ficando então comprometidas as edições do festival em 2018 e 2019, o Município garantiu a sobrevivência do FIMP bem como do TEP, tendo em conta a importância de ambas as instituições para a cidade e a cultura nacional. E, no caso específico do FIMP, "o seu contributo fundamental para a disseminação e promoção das marionetas, o apoio continuado aos artistas da cidade e do país e o incansável trabalho no desenvolvimento de múltiplas parcerias artísticas e institucionais e na procura de apoios que o consolidem", como hoje frisou Rui Moreira.

Com a renovada salvaguarda, o FIMP avança assim com maior tranquilidade para a edição em que celebra 30 anos de atividade dedicada às marionetas e às formas animadas, na qual conta com 70 mil euros do apoio da Câmara.

Acrescem 45 mil euros da parceria com o Teatro Municipal do Porto (além do Teatro Nacional de São João e várias outras entidades da cidade), em cujos espaços apresentará oito espetáculos e 17 récitas. Três desses espetáculos serão mesmo estreias nacionais, um facto que o diretor artístico do TMP, Tiago Guedes, fez questão de destacar, explicando que não se limita a receber o festival, mas a estabelecer uma verdadeira parceria que se traduz também em mais-valias para o próprio TMP.

Por sua vez, Nuno M. Cardoso, do TNSJ, apontou que a instituição acolherá dois espetáculos no Teatro Carlos Alberto e no Mosteiro de São Bento da Vitória, um dos quais é "Alecrim vs. Manjerona" (nos 280 anos de António José da Silva, "o Judeu") pela companhia Jangada Teatro, que celebra 20 anos.

37 oportunidades de refletir, sorrir e até gargalhar

No total, a 30.ª edição do FIMP conta com a participação de seis países para 16 espetáculos em 37 récitas, de entre as quais o seu diretor artístico, Igor gandra, salientou a resultante da parceria com o Balleteatro Escola Profissional, tendo em conta o facto de também este estar a celebrar 30 anos.

Segundo Igor Gandra, o programa desta edição é "percorrido por uma série de problemáticas que respiram o 'ar dos tempos' em que as grandes questões coletivas da Humanidade e do Planeta acabam sempre por produzir um efeito na construção da subjetividade, quer sejamos mais ou menos atentos ou preocupados". Ora, como avança também, "a marioneta, a matéria animada, como sempre é boa conselheira, com a sua leveza e a sua irreverência, tranquiliza os mais inquietos e inquieta os mais comodistas - afinal de contas, tem a autoridade moral de um objeto num mundo de objetos". Além disso, "no meio de tudo isto ainda conseguimos sorrir, até mesmo dar uma boa gargalhada".

A primeira pode ser dada, ouvida e partilhada a partir das 19 horas de 11 de outubro, no Teatro Campo Alegre, onde a entrada será livre para a estreia absoluta de "Happy Birthday 30 + 30", que celebra o aniversário do FIMP e do Balleteatro. Trata-se de uma criação coletiva do marionetista e artista plástico Paulo Duarte, radicado em França, com alunos finalistas e ex-alunos recém-formados, tomando como ponto de partida algumas obras do universo da pintora Joana Rêgo.

Toda a programação no site do festival.