Cultura

Festival DDD regressa “No Palco/Em Casa” e consagra a dança com foco nos artistas nacionais

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A edição do DDD – Festival Dias da Dança de 2021 arranca no próximo dia 20 abril, com um total de 22 espetáculos e um projeto expositivo, 16 dos quais em estreia absoluta ou nacional. Das 11 coproduções, seis são de artistas que trabalham a partir da Região Norte. “Foco dado aos artistas nacionais é central” e a eles Rui Moreira dirigiu palavras de agradecimento e reconhecimento “pelo enorme espírito de resistência, resiliência e capacidade de adaptação”.

O programa da quinta edição do DDD, que consagra a dança numa partilha entre o digital e o presencial, foi apresentado esta manhã em conferência de imprensa por videoconferência, a partir do Teatro Municipal do Porto – Rivoli. Um retrato fiel das atuais circunstâncias, que também espelha as vicissitudes que o Festival Dias da Dança teve de enfrentar.

"O cancelamento da edição do DDD do ano passado deixou marcas. Acima de tudo, e antes de mais, deixou marcas nos artistas e nas companhias”, considerou o presidente da Câmara do Porto. Por isso, “independentemente das condicionantes e dos desafios existentes - e ainda que com as devidas adaptações - o DDD este ano tinha que acontecer”, declarou.

Assim, entre os dias 20 e 30 de abril, o DDD – No Palco / Em Casa regressa em formato online e às principais salas de espetáculos das cidades do Porto, Gaia, Matosinhos e, pela primeira vez, a Viana do Castelo, numa edição que conta com o mecenato do BPI e da Fundação “la Caixa”.

A grande maioria dos projetos foi possível manter, destacou Rui Moreira, referindo apenas como exceção o programa de formação e vários projetos internacionais, que vão apresentar-se online, ou dos projetos desenvolvidos com a comunidade não profissional.

"Na vertente presencial, conseguimos assegurar a realização, com público presente, de nove espetáculos [na sua maioria emitidos igualmente online] e de um projeto expositivo, todos eles de artistas nacionais", esclareceu o autarca, informando que esta edição foi reinventada “em tempo record”. As declarações foram feitas a partir do palco do Grande Auditório Manoel de Oliveira, do Teatro Rivoli, que partilhou com a presidente da Câmara de Matosinhos, Luísa Salgueiro, a vereadora da Cultura da Câmara de Gaia, Paula Carvalhal, Ana Feijó Cunha, representante do BPI / Fundação “La Caixa”, e com Tiago Guedes, diretor artístico do Teatro Municipal do Porto.

Principais destaques da programação

A edição 2021 do DDD foi depois dissecada ao pormenor por Tiago Guedes. O diretor artístico revelou que o programa teve cinco versões, o que implicou um trabalho de exploração das potencialidades das ferramentas online, em relação às quais, assume, tinha algum "preconceito".

O festival arranca a 20 de abril com o espetáculo Bate-Fado, uma estreia absoluta da dupla de artistas portugueses Jonas & Lander, agendada para as 19 horas, no Grande Auditório do Teatro Rivoli (online, de 23 a 25 de abril). Tiago Guedes disse que há uma “grande expectativa” em torno desta apresentação, que vai imaginar “o que seria a dança quando o fado foi criado”.

No mesmo dia, às 22 horas, Room with a View é o primeiro espetáculo a ser transmitido na sala virtual do DDD, gratuitamente, e uma das estreias nacionais do DDD. A peça é uma criação do coletivo francês (LA) Horde e de DJ Rone com o Ballet national de Marseille. No dia 24 de abril, será transmitida em antena aberta, às 22,10 horas, na RTP2.

O programa encerra, no dia 30 de abril, também com duas estreias: a apresentação ao vivo de SIRI, de Jorge Jácome e Marco da Silva Ferreira, às 19 horas, no Teatro Campo Alegre (online, a partir das 22 horas); e com a exibição online (no Facebook e no site do festival), às 21,30 horas, de North Korea Dance, da coreógrafa sul-coreana Eun-Me Ahn, que “regressa” ao festival depois de, em 2017, ter apresentado o espetáculo Dancing Grandmothers no Rivoli.

Criação nacional em destaque com artistas de diferentes gerações

Relativamente ao panorama nacional, o programa — que pode ser acompanhado em formato digital e presencial — assenta na ideia da partilha das criações de várias gerações de coreógrafos portugueses.

Quanto à programação para o espaço público, uma parceria criada em 2016 entre o festival e o Balleteatro, é, nesta quinta edição, convertida num CORPO + CIDADE Digital. No total, vão ser exibidas online seis peças que foram filmadas em diferentes cidades, de artistas como Joana Castro, Ricardo Pereira Carvalho, Isabel Barros com Cláudia Marisa, Max Oliveira e Pedro Carvalho, e as duplas Ana Renata Polónia e Marta Ramos, Andreia Fraga e João Oliveira, Sara Marasso e Stefano Risso.

O DDD também vai assinalar o Dia Mundial da Dança, no dia 29 de abril, com vários espetáculos que podem ser vistos, quer de forma presencial quer na sala virtual do festival.

Criações internacionais no DDD digital

Tendo em conta os constrangimentos provocados pela pandemia, o programa internacional desta edição do DDD viverá maioritariamente online. A única excepção é o espetáculo Please Please Please (22 e 23 de abril), que se estreia no palco do TECA – Teatro Carlos Alberto, no Porto. A peça — que resulta da colaboração entre as coreógrafas Mathilde Monnier, La Ribot e o encenador português Tiago Rodrigues — é uma mensagem para as futuras gerações sobre “o que fizemos e não fizemos para preservar este mundo”.

Exposições em Serralves e no site do festival, conversas, residências artísticas e masterclasses online completam um vasto programa que pode ser consultado no site do DDD – Festival Dias da Dança “No Palco / Em Casa”.

Os preços dos bilhetes variam entre os 3,50 euros (espetáculos online) e os 9 euros (espetáculos presenciais). Há ainda o “Passe DDD”, que inclui 50% de desconto sobre o preço total dos espetáculos presenciais, na compra de, no mínimo, seis espetáculos (presenciais ou online, sendo que os espetáculos online não beneficiam de desconto). Os passes estão à venda exclusivamente na bilheteira bentral do Teatro Municipal do Porto a partir de 19 de abril.

+ info: DDD – Festival Dias da Dança