Cultura

Ontem falou-se de amor e arquitetura

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O segundo
dia do Fórum do Futuro ficou marcado pela expansão dos círculos amorosos e pela
arquitetura enquanto elemento emocional e de proximidade, num dia non-stop em
que o Rivoli recebeu três grandes conferências e centenas de pessoas.


Aaron
Ahuvia (professor de marketing na Universidade de Michigan-Dearborn College of
Business) e Ricardo Cayolla (professor de marketing na Universidade de Aveiro)
foram os primeiros a abrir o certame. Pelas 16,30 horas, o Auditório Isabel
Alves Costa parou para ouvir falar sobre "a expansão dos círculos amorosos".


 


Considerado
como um dos mais reputados especialistas na pesquisa sobre o amor e a
felicidade e, em particular, sobre a chamada "brand love", que se centra no
modo como o consumo e o materialismo influenciam o nosso bem-estar, Aaron
Ahuvia abordou a dimensão psicológica do amor não-interpessoal (ou seja, o amor
pelos objetos, tarefas, natureza, lugares ou qualquer outro amor sentido por
algo que não seja uma pessoa) e a sua relação com a felicidade. O professor
surpreendeu a plateia com uma teoria, considerada "arrojada" por alguns, que
tenta demonstrar como, ao longo do tempo, e a par da evolução do cérebro, se
foi desenvolvendo o sentimento amoroso. Esta ideia, que procura traçar 400
milhões de anos, demonstra como a noção daquilo que pode ser amado se foi
expandindo.


 


Ao
fim da tarde, pelas 18,30 horas foi a vez de ser debatida a temática "Arquitetura
emocional e de proximidade", no Grande Auditório Manoel de Oliveira. Esta sessão
contou com a presença de Bijoy Jain (do Studio Mumbai, uma referência mundial
para a arquitetura sustentável) e Jorge Figueira (arquiteto e professor de
História e Teoria da Arquitetura na Universidade de Coimbra).


 


Nesta
sessão, Bijoy Jain abordou o seu comprometimento com a sustentabilidade,
reforçando que é preciso evitar as normas impostas pela globalização e
encontrar oportunidades para o desenvolvimento, apesar de considerar esta ideia
como uma "questão de ética diferente para cada um". O especialista considera a
arquitetura como uma arte "do recomeço e da proximidade", onde cada um deve
encontrar a sua "unidade de medida" que não é apenas técnica, mas também emocional.


 


Sasha
Grey e Julião Sarmento foram os últimos oradores do dia e debateram sobre "o
prazer na arte". A artista, autora e ex-atriz de filmes para adultos e o
artista plástico português, conversaram sobre as relações entre sexualidade e
arte e a forma como diferentes plataformas (no caso concreto, o cinema e os
livros) influenciam a construção das relações de poder, da fantasia e do sexo,
que transformam e veiculam uma outra personalidade.