Cultura

Feira do Livro evoca Eugénio de Andrade no ano do centenário do seu nascimento

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O poeta Eugénio de Andrade, cujo centenário do nascimento se celebra este ano, foi recordado no domingo, dia 27, na Feira do Livro do Porto, com a apresentação de uma fotobiografia sobre o seu percurso literário e de vida. Editada pelo Município do Porto, a obra inclui imagens, documentos e até poemas inéditos de Eugénio de Andrade e resulta de um trabalho de seleção e análise documental do professor António Oliveira, a partir do espólio do fotógrafo Dario Gonçalves, que conviveu de perto com o poeta durante os seus últimos 18 anos de vida.

Na nota introdutória da obra, o presidente da Câmara do Porto escreve que a “fotobiografia é um importante contributo para a valorização da homenagem a Eugénio de Andrade, a propósito dos 100 anos do seu nascimento", acrescentando tratar-se de "um dever [do Município] promover a divulgação e o conhecimento de um poeta fortemente comprometido com a cidade do Porto.” Para Rui Moreira, Eugénio de Andrade “forjou a sua identidade pessoal e literária” no Porto e, por seu turno, a cidade “ganhou uma outra aura, uma outra dimensão nos versos” do poeta.

A apresentação da “Fotobiografia de Eugénio de Andrade” coube ao escritor e jornalista José Viale Moutinho, que também sublinhou a relação do poeta com o Porto. A cidade, disse, “deve-lhe não só uma belíssima obra” poética mas também o seu “bilhete de identidade” – a antologia de textos sobre o Porto “Daqui Houve Nome Portugal”, que Eugénio de Andrade organizou em 1968.

No lançamento do livro, Viale Moutinho saudou o Município por esta “obrigatória homenagem” a um poeta da cidade e considerou a obra – a que preferiu chamar “memórias fotobiográficas” – “um hino à amizade”, quer entre Dario e Eugénio, quer entre Eugénio e António Oliveira.

Já o autor da obra, António Oliveira, ressalvou que a mesma foi pensada antes do centenário do nascimento do poeta e está para lá da efeméride. “Foi uma coincidência” o livro ser lançado no centenário, até porque, vincou, “os poetas devem ser celebrados todos os dias.” Neste sentido, a “Fotobiografia de Eugénio de Andrade” também “serve para lembrar às pessoas que a poesia existe".