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Faculdade de Engenharia promove jornadas de Hidráulica, Recursos Hídricos e Ambiente

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O auditório da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) recebeu, esta quarta-feira, as 14 Jornadas de Hidráulica, Recursos Hídricos e Ambiente. Depois de um interregno imposto pela pandemia, a iniciativa contou, na sessão de abertura, com a presença do vice-presidente da Câmara do Porto, Filipe Araújo.

Em debate, ao longo do dia, diferentes abordagens sobre o mesmo tema: os recursos hídricos e sua utilização em prol de um melhor ambiente. De acordo com dados da ONU, entre 3,5 e 4,4 mil milhões de pessoas viverão em 2050 com acesso limitado à água potável. No caso de Portugal, um estudo recente da Agência Portuguesa do Ambiente conclui que, nos últimos 20 anos, a disponibilidade de água reduziu-se em cerca de 20%, prevendo-se que, até final do século, diminua entre 10% a 25%.

Estes dados, citados pelo vice-presidente da Câmara do Porto durante a sessão de abertura, só vem provar que "todos nós, cidadãos comuns ou governantes e técnicos especializados, sentimos amplamente os impactos de um clima em mudança através da água". "Colocar a água no centro da tomada de decisão significa apostar fortemente na adaptação climática e na resiliência dos sistemas", sublinhou Filipe Araújo.

Para o vice-presidente e presidente do conselho de administração da Águas e Energia do Porto, a empresa municipal, "enquanto único player nacional que integra os setores da água e da energia, assumiu, de forma mais vincada, um papel cimeiro no combate às alterações climáticas, seja na vertente da mitigação, seja na vertente da adaptação, atuando em conformidade com as determinações legais em matéria de sustentabilidade, circularidade e transição energética, e observando as políticas emanadas do seu acionista, a Câmara Municipal do Porto".

Filipe Araújo não deixou de sublinhar que o PENSAARP 2030, plano estratégico do setor que aguarda a aprovação do Governo, "vem precisamente demonstrar que o nosso modelo de gestão da água, nas suas múltiplas vertentes, é o mais adequado do ponto de vista técnico, económico, ambiental e social". "Fica claramente demonstrado que o Porto teve razão antes do tempo. Falta agora dar o passo seguinte: reconhecer que a gestão do ciclo urbano da água se prolonga até aos meios recetores, englobando as linhas de água e as águas balneares", acrescentou.

Discursaram ainda, na sessão de abertura, Paulo Rosa Santos, coordenador da Secção de Hidráulica, Recursos Hídricos e Ambiente da FEUP, João Neves, presidente executivo dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo, Pimenta Machado, vice-presidente do conselho diretivo da Agência Portuguesa do Ambiente, Francisco Taveira Pinto, diretor do Departamento de Engenharia Civil da FEUP, e Ana Sofia Guimarães, vogal do Conselho Executivo da FEUP.

Durante a tarde, Filipe Araújo participou numa mesa redonda, subordinada ao tema "Cheias urbanas", moderada por Joaquim Poças Martins (FEUP), e que contou, também, com as presenças de Fernando Ferreira, diretor da Águas de Gaia, e Pedro Fonseca, diretor na Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão.