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Extensão do Romantismo do Museu da Cidade em discussão na Reunião de Câmara

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Porto.

A Extensão do Romantismo do Museu da Cidade, recentemente aberta, foi objeto de discussão na Reunião de Executivo desta segunda-feira.

Ainda no período antes da ordem do dia, o assunto foi abordado pelo Executivo Municipal, num debate sobre este espaço que convoca a memória e a presença do Romantismo na cidade.

Questionado pela oposição sobre o teor desta intervenção, o autarca reconheceu que a comunicação da abertura da exposição que está a decorrer na Extensão do Romantismo foi feita de forma inadequada, garantindo ao Executivo Municipal que nenhum do investimento foi perdido e destacou o trabalho de requalificação feito neste equipamento: “Quando chegámos o Museu Romântico estava numa situação de total penúria, não tinha as mínimas condições. Foram feitas obras infraestruturais e de recuperação de conteúdo”, recordou o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira.

“Nada foi perdido. Quando foram feitas estas obras, foi feita uma profunda alteração cenográfica do que lá estava exposto. Os museus vestem-se e despem-se. E voltam a vestir-se e a despir-se”, sublinhou o autarca. Uma opinião convergente com a do diretor do Museu da Cidade, Nuno Faria, que havia notado que “os museus passam por fases de transformação ao longo do tempo”.

Odete Patrício, do PS, começara por lamentar o que entendeu como a substituição do Museu do Romântico “por uma galeria de arte contemporânea”. “Não faltam à cidade espaços para apresentar arte contemporânea”, disse.

“O que lá está não é arte contemporânea. Os desenhos de Teixeira de Pascoaes. O Herbário. Exaltar Júlio Dinis é, a nosso ver, a representação do Romântico na cidade. Esta ideia de que a arte contemporânea não se pode misturar é limitativa”, respondeu Rui Moreira.

“Aquilo que pretendemos fazer é uma Extensão do Romantismo que, de alguma maneira, reinterpreta o pensamento de Manuela de Melo em 2001. Quando define os caminhos do Romântico, ela queria fazer a ligação a todos aqueles espólios, é aquilo que nós queremos fazer. Por alguma razão se reabriram já os jardins da Casa Tait, reabilitados, que estavam fechados ao público”, relembrou o presidente da Câmara do Porto.

É, no fundo, um passo para a concretização desse projeto antigo, acrescentou Rui Moreira: “Aquele contínuo, através da Macieirinha, e que vai pelos Jardins do Palácio de Cristal, também restaurados, e até à Casa do Roseiral, que também pretendemos abrir ao público sempre que possível, já no outono, é explicar que aqueles são os caminhos do Romântico da Manuela. Que ela idealizou e que nunca foram concretizados.”

“Precisamos de ter algo que nos diferencie das outras cidades”, vincou, pela CDU, Ilda Figueiredo. “Não me quero pronunciar sobre o conteúdo da exposição que lá está, que é interessante. Mas podia ser exposta noutro sítio, não ali, ou num diálogo com o que lá estava”, acrescentou.

Álvaro Almeida, do PSD, reiterou que houve um “erro claro de comunicação”. “Espero que brevemente se reponha a ideia do Museu Romântico, mudando salas, mantendo outras. Independentemente do que venha a ser a Extensão do Romantismo, não deve perder-se a componente que existia, da casa burguesa do século XIX”, concluiu.