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Exposição na Casa São Roque reflete sobre a própria vida como uma técnica

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Miguel Nogueira

Técnico Libertário, de Jean-Luc Moulène, tem curadoria de Barbara Piwowarska e reúne novas obras do artista francês, feitas durante a pandemia de Covid-19. Está patente na Casa São Roque até maio de 2022.

A inauguração da exposição Técnico Libertário, de Jean-Luc Moulène, na qual o artista francês reflete sobre a própria vida como uma técnica, marcou a reabertura da Casa São Roque – Centro de Arte. Na mostra são revelados muitos enigmas e novas obras, feitas durante a pandemia do coronavírus, no estúdio do artista em Le Buisson, na Baixa Normandia, para onde este se mudou depois de deixar Paris, em 2019, alguns meses antes do aparecimento da Covid-19.

“Estes objetos são possivelmente os primeiros a serem executados sob as novas condições de vida do artista, criados no seu novo estúdio recentemente concluído. Entre outros, incluem-se Compas, um compasso amarelo feito com um ramo de madeira cortado em duas hastes, sendo que uma contém um lápis para desenhar”, aponta a organização.

Na página dedicada à exposição explica-se que “técnico libertário [technicien libertaire] não está longe da figura do bricoleur, que se dedica à sua bricolagem, que monta e testa diferentes formas e materiais. Não emprega apenas uma habilidade ou uma especialização, mas utiliza várias técnicas de produção, pelo que o seu trabalho é eclético”. Para Jean-Luc Moulène, a própria vida é uma técnica, acrescenta a Casa São Roque, citando o artista: “a minha atividade consiste em libertar-me das categorias”.

A exposição Técnico Libertário, com curadoria de Barbara Piwowarska, é organizada em colaboração com a Galeria Miguel Abreu, Nova Iorque; Galerie Chantal Crousel, Paris; Galerie Pietro Spartà, Chagny e Thomas Dane Gallery, Londres. Será acompanhada por uma publicação bilingue, editada por Barbara Piwowarska, com novos ensaios de Jean-Pierre Criqui, Vincent Labaume e uma conversa entre Jean-Luc Moulène e Philippe Vergne (a ser publicada na primavera de 2022).

Jean-Luc Moulène nasceu em Reims, em 1955. Frequentou a Académie des Beaux-Arts, em Versalhes, e estudou Estética e Ciências da Arte na Sorbonne, em Paris, cidade onde viveu a maior parte da sua vida. Participou em grandes exposições internacionais, como a Documenta X, Kassel (1997), a Bienal de Veneza (2003 e 2019), a Bienal de São Paulo (2002) e realizou numerosas exposições individuais em museus e instituições: Centre Pompidou, Paris (2016), Secession, Viena (2017), Villa Medici, Roma (2015), Dia: Beacon, Nova Iorque (2011), Carré d’Art-Musée d’Art Contemporain, Nimes (2009), Culturgest, Lisboa (2007), Musée du Louvre, Paris (2005), Musée d’Art Moderne de la Ville de Paris (1997). Ao longo dos anos, o seu trabalho tem sido discutido e interpretado por eminentes escritores e pensadores, como Alain Badiou, Vincent Labaume, Yve-Alain Bois, Briony Fer e Reza Negarestani, entre outros.

Técnico Libertário, está patente na Casa São Roque até 4 de maio de 2022. Mais informações, horários e bilhetes aqui.