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Exportações disparam em 95% na Região Norte e acima da média nacional

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Miguel Nogueira

São números expressivos, reveladores da força inquebrantável da indústria da Região Norte. Entre abril e julho, as exportações dispararam em 95%, alcançando os 2.040 milhões de euros e superando o crescimento da média nacional em cerca de 71%. São as principais conclusões do último relatório trimestral da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte (CCDR-N), relativo ao segundo trimestre de 2020.

"Após uma quebra significativa da economia regional durante o período de confinamento, são visíveis os primeiros sinais de retoma", assinala a entidade, que apresenta os mais recentes dados relativos às exportações da Região no relatório NORTE CONJUNTURA.

Comparativamente ao país, a performance foi superior. "Em Portugal, o valor das exportações em julho era ainda inferior ao registado em janeiro", assinala o boletim da CCDR-N, presidida por Fernando Freire de Sousa, que constata ser esta uma prova da "resiliência do setor exportador da Região do Norte" que em contexto de crise foi superior ao nacional.

Os indicadores do NORTE CONJUNTURA "dão igualmente nota do aumento do salário médio líquido da Região e da sua tendência de convergência relativamente ao salário médio nacional", para um crescimento real de 5,1% face ao período homólogo de 2019, continua a publicação. Embora sendo a Região Norte a mais exportadora do país, o PIB per capita está ainda abaixo dos valores apresentados pela Região de Lisboa e Vale do Tejo, factos que há dias Rui Moreira recordou numa conferência.

O caminho para a convergência pode, no entanto, estar em preparação, já que "a diferença entre o salário nacional e o da Região foi de 43 euros, a menor diferença desde que existem registos sobre remunerações por NUTS II", sublinha o relatório trimestral.

Turismo do Norte também em alta

Os indicadores de turismo também refletem uma evolução favorável, sem ignorar que a pandemia comprometeu os excelentes resultados alcançados nos primeiros dois meses de 2020, que seguramente dariam embalo para um ano extraordinário a este nível. Com uma crise mundial pelo meio, ainda assim, "o número de hóspedes na Região do Norte aumentou exponencialmente entre abril e julho de 2020", contudo a menos de 50% dos números obtidos em período homólogo do ano passado, indica o relatório.

Neste contexto adverso, o turismo do Norte está a recuperar até a um ritmo mais rápido do que no país no seu conjunto. E embora o período em análise encerre em julho, a próxima avaliação pode ser ainda mais positiva, refletindo os primeiros raios da estratégia de aproximação entre a Associação de Turismo do Porto (ATP) e a entidade regional Turismo Porto e Norte de Portugal (TPNP), que se repercutiu na realização da primeira campanha conjunta "O Norte Lá em Cima!" e na eleição do presidente da TPNP, Luís Pedro Martins, para os novos corpos sociais da ATP.

Numa nota menos positiva, o relatório da CCDR-N menciona o aumento de 20% do número de desempregados inscritos nos Centros de Emprego da Região do Norte, face ao período homólogo de 2019. Esta variação foi, ainda assim, inferior à observada à escala nacional (30,6%).

Recorde-se que o anterior relatório do NORTE ESTRUTURA, referia que o Norte foi a região que mais contribuiu para aumentar a produtividade laboral entre 2000 e 2017, crescendo 20% comparativamente à Área Metropolitana de Lisboa, que subiu 3,3% no mesmo período.

Também o PIB do Porto e da Região Norte cresceu a uma taxa média anual de mais de 4% entre 2014 e 2017. As conclusões estão vertidas num estudo encomendado pelo Município do Porto à EY, sobre a Atratividade do Porto e da Região Norte, que aponta ainda que nesta zona do país o investimento direto estrangeiro (IDE) alcançou, de 2013 a 2018, um crescimento anual na ordem dos 11,4%.