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Executivo apela ao respeito pelo direito internacional e à entrada de ajuda humanitária em Gaza

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Miguel Nogueira

Além de condenar "o inominável ataque da organização Hamas, por atentar contra os valores em que esta cidade foi fundada", o Executivo aprovou, na reunião desta segunda-feira, o voto, apresentado pelo movimento Rui Moreira: Aqui Há Porto, que apela a que Israel respeite o direito internacional e permita a entrada de ajuda humanitária em Gaza.

Aprovado por maioria, com o voto contra da CDU e a abstenção do Bloco de Esquerda, o documento sublinha que o ataque de 7 de outubro é "manifestamente hostil aos princípios pelos quais a cidade do Porto historicamente lutou e que estão no seu ADN, como a liberdade, a dignidade humana, a tolerância e a solidariedade".

Nesse sentido, o Município presta "a sua solidariedade para com o estado de Israel e o seu povo, não deixando ainda de manifestar as condolências às vítimas" do ataque do grupo de resistência palestiniana.

Reforçando que "o estado de Israel não deve responder ao ódio com mais ódio, à barbárie com mais barbárie, ao terrorismo com mais terrorismo", o Executivo concordou com o apelo a que os israelitas atuem "com racionalidade e proporcionalidade em Gaza, respeitando o direito internacional, salvaguardando as vidas civis e as infraestruturas básicas da população".

Isto ao mesmo tempo que deve possibilitar "a abertura de corredores humanitários", "não fechando a porta a negociações que permitam, rapidamente, chegar a um cessar-fogo, recuperar os reféns israelitas e caminhar para uma efetiva solução de dois estados".

O voto lembra que "perante o vertiginoso desenrolar dos acontecimentos, as populações civis dos dois lados são quem mais sofre, sujeitas que estão ambas a bombardeamentos diários, mais intensos em território palestiniano".

Perante a oposição da vereadora comunista, Ilda Figueiredo, à proposta, o presidente da Câmara do Porto fez questão de referir que, "um dos primeiros países a reconhecer o Estado de Israel foi a União Soviética".

Também o Bloco de Esquerda apresentou um "voto de condenação pelos crimes de terrorismo perpetrados pelo Hamas” e pela punição coletiva cometida pelo Estado de Israel contra o povo palestiniano.

A proposta foi, no entanto, rejeitada pelo movimento Rui Moreira: Aqui Há Porto, pelo PSD e pela vereadora socialista Maria João Castro (BE, CDU e o vereador do PS Tiago Barbosa Ribeiro foram favoráveis), tendo o Executivo mostrado divergência quanto à formulação dos considerandos da proposta.