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Estudante da FEUP no projeto Gravity

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# DR - foto_gravity.jpg

Narsireddy Anugu, estudante indiano do Programa Doutoral em Engenharia Física da Faculdade de Engenharia da
Universidade do Porto (FEUP), integra a
equipa de investigação internacional que está responsável pelo projeto GRAVITY, o instrumento mais poderoso construído para telescópios
terrestre.


Desenvolvido por um consórcio de
vários institutos europeus da Alemanha, França e Portugal e instalado no
passado dia 4 de novembro no Observatório do Paranal, no Chile, o GRAVITY
é uma estrutura de investigação que pertence ao Observatório Europeu do
Sul, organização intergovernamental que mantém grandes infra-estruturas de
investigação naquele país sul-americano. A responsabilidade
portuguesa centra-se no sistema da câmara de aquisição, que permite seguir
os objetos (e "apontar" para o buraco negro) com enorme precisão e, ao mesmo
tempo, medir uma série de parâmetros sobre a qualidade ótica da luz que chega
ao instrumento.


 


É nesse sistema Narsireddy
Anugu realiza o seu trabalho de doutoramento em Engenharia Física na FEUP, sob
orientação do professor Paulo Garcia, desenvolvendo soluções originais para
os problemas encontrados no desenho e realização deste novo conceito de
aquisição.


 


O GRAVITY combina em modo
interferométrico os quatro telescópios gigantes do Observatório do Paranal, com
espelhos de 8m de diâmetro, obtendo informação semelhante à de um telescópio
colossal com 100 m de diâmetro. O grau de precisão é tal que conseguiria medir
o equivalente do movimento de uma moeda de euro na superfície da Lua, quando
vista da Terra. O objetivo científico principal do instrumento é estudar o
buraco negro supermassivo, com uma massa de cerca de quatro milhões de vezes a
massa do Sol, que existe no centro da Via Láctea.


 


Na FEUP desde 2012, Narsireddy
Anugu é originário de Hyderabad, uma cidade do Sul da Índia. Os seus interesses
de investigação passam pela instrumentação para astrofísica e espaço e a
sua aplicação à astrofísica. Depois de realizar um mestrado em instrumentação
no Instituto Indiano de Astrofísica, em Banglore, entrou para a equipa de
investigação SIM, depois de ter participado num concurso internacional.


 


"Quando terminei o meu mestrado
queria continuar a minha carreira de investigador desenvolvendo em
instrumentação de topo a nível mundial. Fiquei muito contente quando, depois de
concorrer, me foi concedida uma bolsa de investigação na equipa de investigação
SIM. Apesar de ter sido aceite numa equipa japonesa decidi vir para Portugal
porque o instrumento onde iria participar é um dos melhores em todo mundo",
explica o jovem investigador, a estudar na FEUP.


 


O GRAVITY levará a astronomia de
alta resolução angular a novos limites: investigará a física próximo do
horizonte de acontecimentos do buraco negro supermassivo que se situa no Centro
Galáctico ? uma região dominada por efeitos previstos pela teoria da
relatividade geral de Einstein.


 


Em julho de 2015 a equipa viu as
"primeiras imagens laboratoriais" do GRAVITY no gabinete de integração do
Paranal, usando uma fonte de luz teste. No seguimento de vários outros testes
do instrumento e preparação do interferómetro do VLT, o GRAVITY será colocado no
VLTI nos próximos meses e observará as "primeiras imagens de estrelas" usando
os quatro Telescópios Auxiliares de 1,8 metros. O comissionamento do GRAVITY
com os quatro telescópios principais de 8 metros está previsto para a primeira
metade de 2016.


Fonte: Portal de Notícias da U.Porto