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Estratégia de Desenvolvimento Económico do Porto esteve em análise na “Casa dos 24”

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O Conselho Municipal de Economia esteve reunido nesta quarta-feira, nos Paços do Concelho, para analisar a Estratégia de Desenvolvimento Económico do Porto, documento que estabelece uma visão para o período até 2035.

Depois de ter sido apresentada ao Executivo municipal, em março, a Estratégia de Desenvolvimento Económico do Porto foi analisada nesta quarta-feira, em reunião do Conselho Municipal de Economia/Casa dos 24. O encontro serviu para abordar o documento e recolher os contributos dos conselheiros.

Numa breve apresentação, o vereador da Economia, Emprego e Empreendedorismo revelou desde logo que o documento passará a designar-se “Pulsar Porto”, e elencou algumas das linhas orientadoras. O horizonte temporal desta estratégia passou a ser 2035, e não 2030, como inicialmente delineado: “Queremos ter uma visão para um período um pouco mais longo”, sublinhou Ricardo Valente.

“A nossa cidade é relevantíssima do ponto de vista económico e social. Enfrentamos o desafio do envelhecimento populacional, mas a perda de população foi estancada. O hub de talento é o nosso grande ativo”, frisou o vereador, destacando as instituições de ensino superior e o talento que tem sido possível atrair. “A cidade tem vindo a captar um conjunto de investimentos na área das tecnologias, temos dados que indicam que o valor acrescentado bruto de empresas estrangeiras é 23% do total”, acrescentou.

“Queremos passar do ‘Mais Porto’ para o ‘Melhor Porto’. Dar um salto qualitativo”, vincou Ricardo Valente, garantindo que o objetivo é envolver os parceiros. “Queremos criar um modelo de governação para gerir o ‘Pulsar’. Queremos ter um órgão com competências executivas, que seja responsável pela implementação deste plano. Uma estrutura ágil, representativa e focada. Haverá um conselho de direção que será a liderança efetiva deste plano. Queremos que isto seja um plano estratégico da cidade, não um plano do município”, concluiu.

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, destacou o papel da InvestPorto na atração de investimento: “O Porto não é um paraíso fiscal, e no entanto está a conseguir atrair investimento estrangeiro”, congratulou-se.

Admitindo que a dimensão geográfica transforma a cidade “numa ilha”, Rui Moreira acrescentou que “essa preocupação podia ser atenuada pela geografia da área metropolitana”. Contudo, lamentou o autarca, “as áreas metropolitanas são órgãos políticos, não têm dimensão orçamental. É uma fortíssima preocupação nossa. E a geografia sociopolítica da área metropolitana não é homogénea.”

O crescimento económico da cidade terá de assentar em vetores como a sustentabilidade ou o talento, concordaram os conselheiros. “E também mobilidade”, acrescentou Rui Moreira: “Temos vindo a tomar medidas duras, e muitas vezes mal entendidas, para garantir que temos baixas taxas de sinistralidade rodoviária. Fala-se muito de segurança, mas a sinistralidade rodoviária é algo intolerável numa cidade. Penaliza eleitoralmente, mas o objetivo é proteger as pessoas. A ideia que a cidade é o faroeste e o carro é o cavalo do Lucky Luke já não se aplica”, frisou.

“Mas a sustentabilidade não pode ser só algo ao nível do nosso automóvel, temos de ir um pouco mais longe. Temos políticas ativas de promoção de saúde para a terceira idade: atividades ao ar livre, nos parques...”, acrescentou.

A reunião do Conselho Municipal de Economia contou ainda com a presença do presidente da Assembleia Municipal, Sebastião Feyo de Azevedo. Tomaram posse os novos elementos da “Casa dos 24”, nomeadamente o ex-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, Fernando Freire de Sousa.

A elaboração da Estratégia de Desenvolvimento Económico do Porto resultou de uma iniciativa do Conselho Municipal de Economia e contará com os contributos dos conselheiros, que nas próximas semanas vão debruçar-se sobre o documento e apresentarão as suas sugestões no próximo encontro deste órgão consultivo.