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Estratégia da Juventude do Porto 4.0 aprovada pela Assembleia Municipal

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Porto.

Documento orientador das políticas e atividades de juventude do Porto estabelece como grandes objetivos a empregabilidade, aprendizagem de qualidade, diversidade e igualdade de oportunidades, ambiente e desenvolvimento sustentável e participação jovem.

Resultado de um amplo processo de discussão e participação, a Estratégia da Juventude do Porto 4.0 foi aprovada na sessão extraordinária da Assembleia Municipal, que decorreu na noite desta segunda-feira, no auditório da Biblioteca Municipal Almeida Garrett.

Depois de ter recebido luz verde, por unanimidade, por parte do Executivo Municipal, e também do Conselho Municipal da Juventude, a Estratégia da Juventude do Porto 4.0 foi aprovada por maioria na Assembleia Municipal, com votos a favor dos grupos municipais Rui Moreira: Porto, o Nosso Partido, PS e PSD, e as abstenções de CDU, BE e PAN.

“É a quarta versão de um Plano Municipal da Juventude, não deixando de fazer jus ao trabalho de quem cá esteve em 2009, e que numa atitude pioneira fez com que o Porto fosse o primeiro município a ter um Plano Municipal para a Juventude. Só recentemente existe um plano nacional”, sublinhou a vereadora da Juventude e Desporto, Catarina Araújo.

“Dizer que esta estratégia da juventude não foi participada é uma coisa que não consinto. Por respeito aos jovens e às organizações que se fizeram representar”, vincou Catarina Araújo, em resposta à deputada municipal do Bloco de Esquerda, Susana Constante Pereira, que reclamara maior participação: “A participação promove-se. Deve ser promovida, caso contrário não vai acontecer.”

“Houve uma ampla participação na construção deste processo”, explicou a vereadora da Juventude e Desporto. “Tivemos um total de 746 participantes, 189 participantes no ciclo Diálogo Jovem Erasmus+ YouthUpPorto – já agora, a primeira candidatura feita pelo Município do Porto a um projeto internacional, com o qual conseguimos financiar-nos para apoiar a construção de toda esta estratégia”, realçou.

“42 entrevistas com organizações locais, nacionais e internacionais; entrevistas com todas as unidades orgânicas do Município com implicação na estratégia. 61 participantes em todas estas atividades tiveram o seu primeiro contacto com a Câmara do Porto. Porque não gostamos só de fazer, gostamos de saber o que fazemos e termos indicadores que nos permitam monitorizar e melhorar aquilo que fazemos, pois fazemos sempre inquéritos de avaliação aos participantes no fim das nossas atividades. O grau de satisfação obtido nos inquéritos realizados no final das atividades foi de 89%”, prosseguiu Catarina Araújo.

Pela CDU, o deputado municipal Rui Sá considerou que o documento implica um conjunto de compromissos a ser assumidos por quem vier a ser eleito, e deveria ser aprovado no início do próximo mandato. Uma opinião corroborada por Fernando Monteiro, do PSD: “Esta Assembleia Municipal talvez não fosse a mais adequada para votarmos [a estratégia], dado o período eleitoral e estarmos a comprometer a estratégia para os próximos quatro anos”.

“Esta estratégia não começou a ser construída hoje, nem ontem. Tem uma vantagem, é que pese embora tenha previsto um prazo de validade de 2021 a 2025, está já previsto que, em 2023, as metas podem e devem ser revistas e calibradas. E foi construída de forma tão flexível e dinâmica, que pode acolher todos os contributos que venham a acontecer”, respondeu a vereadora da Juventude e Desporto.

Miguel Gomes, do grupo Rui Moreira: Porto, o Nosso Partido, considerou a discussão “bizarra”. “Ninguém consegue perceber que um documento que resulta da participação, de muito trabalho e de uma visão, possa ser colocado em causa com a oportunidade política. Os processos eleitorais não suspendem a atividade política de uma cidade. Pelo contrário, até a enriquecem”, sintetizou.

Sem colocar em causa a validade dos objetivos traçados pelo documento, o socialista Rui Lage observou que fica a faltar um diagnóstico que permita perceber se o Porto é uma cidade atrativa para os jovens. E Bebiana Cunha (PAN) observou que as políticas de juventude ficaram sempre como o parente pobre das políticas municipais.

“Toda esta estratégia tem associada uma metodologia. Tem ferramentas que são conhecidas, a forma como vamos preencher esta estratégia. Tem de ser um processo transparente e de elevado escrutínio – é para isso que cá estamos. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico apelidou esta estratégia como uma visão de futuro ambiciosa. Temos diagnóstico feito da auscultação, foi feito com os jovens. Não com pendor tão académico ou científico, mas foi exatamente isso que os jovens nos disseram que não queriam”, notou Catarina Araújo, reiterando que foram os destinatários do documento – os jovens que vivem, estudam, trabalham ou visitam o Porto – que definiram os cinco grandes objetivos desta estratégia expressam os principais temas e preocupações que resultaram da discussão. Empregabilidade, aprendizagem de qualidade, diversidade e igualdade de oportunidades, ambiente e desenvolvimento sustentável, e participação jovem.