Sociedade

"Esta é uma grande universidade"

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Egídio Santos / U.Porto

O átrio do
i3S foi pequeno para albergar as centenas de convidados que quiseram participar
na inauguração da sede do maior instituto português de investigação em Saúde. O
dia 19 de maio de 2016 "vai pertencer ao futuro da história de Portugal"
vaticinou o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que - juntamente
com o Primeiro-Ministro António Costa - encabeçou a longa lista de
individualidades presentes.


O dia foi
mesmo de celebração e elogios ao trabalho desenvolvido pela Universidade do
Porto e pelo seu novo "superlaboratório", que congrega mais de 1000
colaboradores, 800 dos quais cientistas dedicados a encontrar respostas aos
maiores desafios atuais nas áreas do cancro, neurobiologia e doenças
neurológicas e interação e resposta do hospedeiro.


A
Universidade do Porto "é uma grande universidade, uma universidade
surpreendente", elogiou Marcelo Rebelo de Sousa no seu discurso oficial - já
depois de uma visita guiada a alguns dos laboratórios do edifício que acabara
de inaugurar -, porque contra todas as probabilidades "soube renovar-se e sabe
olhar de forma confiante para o futuro".


Para o
Presidente da República existem dois países, um "que prolonga um tropismo
pessimista e cético, que está condenado a viver tristemente e a debater as
razões porque não tem sucesso". Do outro lado, existe um país que "todos os
dias trabalha, cria, inventa, imagina e está ao nível do que melhor há no
mundo". E a concretização do i3S enquadra-se "certamente no segundo país".


De facto, na
opinião de Marcelo Rebelo de Sousa, a união de três dos mais internacionalmente
conceituados centros de investigação da Universidade do Porto - o Instituto de
Biologia Molecular e Celular (IBMC), o Instituto de Patologia e Imunologia
Molecular (IPATIMUP) e o Instituto Nacional de Engenharia Biomédica (INEB) -
consiste numa "virtuosa convergência da educação, cultura, ciência, inovação e
saúde".


Uma ideia
que foi também destacada pelo Primeiro-Ministro, António Costa, para quem o i3S
constitui-se como um "exemplo paradigmático da centralidade da ciência e do
conhecimento, como um motor do progresso e do desenvolvimento do país",
garantindo que também o governo se encontra empenhado na recuperação da
confiança na ciência e na tecnologia. Num discurso em que a memória de Mariano
Gago foi amplamente referida, o Primeiro-Ministro rematou que "a comunidade
científica é imprescindível para que o país responda aos desafios das próximas
décadas".


Também o
Reitor da Universidade do Porto fez questão de frisar que "o i3S dará
seguramente um impulso decisivo à competitividade do nosso país na
investigação, desenvolvimento, fabrico e comercialização de produtos e serviços
associados à saúde". Não esqueceu a "visão inspiradora para a ciência em
Portugal" de Mariano Gago, Corino de Andrade e Abel Salazar e aplaudiu a
"visão, determinação e competência" de Manuel Sobrinho Simões, Mário Barbosa e
Alexandre Quintanilha, por perceberem a importância "de deitar abaixo paredes,
racionalizar estratégias e esforços, como forma de alcançar desenvolvimentos
científicos que não estariam ao alcance de cada um por si" quando criaram o
consórcio i3S.


Foi nesse
seguimento que Sebastião Feyo de Azevedo relembrou o modelo de desenvolvimento
que as Universidades do Norte - Porto, Minho e UTAD - estão a seguir, juntando
esforços no Consórcio UNorte.pt, que resultaram "desde já em 7 linhas, 7 planos
estratégicos - em que o i3S participa na vertente da saúde - com o objetivo de
fazermos mais e melhor".


Mário
Barbosa, o primeiro diretor deste instituto, confessou que aquilo que começou
por ser um sonho, é agora "um sonho em movimento" e que "é da pluralidade de
respostas, de perguntas, de inquietações, de motivações, de culturas diferentes,
que é feita uma instituição que respira, que responde a desafios, que se adapta
ao ambiente, que cresce, amadurece e sobrevive". O diretor do i3S afirmou que é
seu objetivo colocar este instituto ao serviço de uma sociedade mais saudável e
economicamente desenvolvida, terminando o seu discurso com um apelo aos
hospitais, autarquias e empresas: " Não podemos ir sozinhos. Precisamos de
alianças com expectativas de estabilidade. Precisamos de vós. Exijam de nós. E
contem connosco".


Com cerca de
18 mil metros quadrados, o edifício-sede do Instituto de Investigação e
Inovação em Saúde foi construído de raiz pela Universidade do Porto para
albergar este "superlaboratório". Uma empreitada orçada em cerca de 21,5
milhões de euros, cofinanciada em 18 milhões pelo "ON.2 - O Novo Norte",
através do QREN e do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.


 


Fonte: Portal de Notícias da U.Porto