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Do Porto para os telemóveis, as letras que viajam nas recordações de quem visita a cidade

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Os seis caracteres azuis da marca “Porto.” estão de regresso ao topo da Avenida dos Aliados, bem como o irresistível efeito atrativo que produzem em quem visita a cidade. Ninguém passa por ali sem levar uma fotografia das letras.

Os grupos de turistas que se juntam diariamente na Praça do General Humberto Delgado, em frente ao edifício dos Paços do Concelho, demoram-se a admirar os seis caracteres azuis “Porto.” colocados aos pés de Almeida Garrett. Não será apenas por amor à arte da tipografia: as letras são uma verdadeira atração turística e exercem um fascínio ao qual ninguém resiste. De telemóveis em riste, sucedem-se as fotografias.

São, seguramente, as letras mais fotografadas da cidade. Dali não se vê o Douro, nem as pontes, nem os Clérigos, mas o deslumbramento é semelhante a esses ícones do Porto. De forma ordeira, os grupos sucedem-se, aguardam a vez para fazer a fotografia, sobem os degraus, posicionam-se. Há quem abra os braços, como se abraçasse a cidade inteira; há quem escolha um carácter específico e se empoleire nele. Almeida Garrett é um figurante involuntário nas inúmeras fotografias e o edifício dos Paços do Concelho serve de cenário.

Aninhados no “o”, abraçados ao “t”, a espreitar através do “p”, como quem assoma à janela, para apreciar a vista: a Avenida dos Aliados estende-se em frente. O ponto final é uma espécie de banquinho para gozar de um momento de serenidade, enquanto ao redor corre o bulício quotidiano da cidade.

“Ficam bem na praça”

“Em todas as cidades encontrámos este tipo de letras. Assim podemos enviar uma fotografia para a família e mostrar onde estamos. Agora estas letras estão muito na moda. Estas, como são azuis, têm uma cor muito forte, são bonitas. Ficam bem na praça”, elogia a matriarca de uma família espanhola que por ali se encontrava na manhã desta quinta-feira.

São de Sória – “Onde nasce o Douro”, assinala o patriarca – e congratulam-se com o regresso das letras ao local, após um período longe dali para evitar ajuntamentos durante a pandemia. “O importante é que as letras estejam no sítio delas e que não haja pandemia”, nota o filho, ao que a mãe replica: “Mas continua a haver pandemia!”

Adiante, é escusado arruinar o último dia no Porto com uma discussão: “Gostámos muito, o maior problema foi este calor horrível. Para visitar coisas não é bom, é preferível que esteja mais fresco. Mas foi assim, e levamos uma boa impressão do Porto”, conclui a mãe.

“São muito bonitas”

Outra família, de feições asiáticas, também leva um registo fotográfico com os caracteres azuis. “São um símbolo da cidade, e esta praça é muito popular, é uma atração turística. Achámos que seria interessante tirarmos uma fotografia da família aqui. Será uma memória que levamos do Porto”, explica o jovem, para quem o pai “empurra” a responsabilidade de responder às perguntas.

De passagem pelo Porto, a família sul-coreana que reside na Alemanha vê nas letras da Praça do General Humberto Delgado “um valor acrescentado para este cenário”. “Acrescentam detalhe a este local. E são muito bonitas”, remata o “porta-voz”.

A afluência ao local era considerável, propiciada pela passagem de grupos em visitas guiadas. Duas amigas espanholas aproveitaram para fazer uma selfie, mas não abdicaram do lugar na fila para subir os degraus e posar. “Há fila, mas ainda quero tirar uma fotografia com a minha amiga”, diz a jovem de Múrcia.

“Queria muito vir ao Porto, sou espanhola e Portugal é o país vizinho. Gosto muito do Porto, encantam-me as pontes, o clima, as pessoas e a comida. É muito parecido com Espanha e viemos cá passar uns dias”, acrescenta, reconhecendo no regresso das letras à Praça do General Humberto Delgado um sinal do “regresso à normalidade depois da pandemia”. “Esperemos que não haja mais sobressaltos e possamos desfrutar”, conclui.

Enquanto assim for, não vão faltar câmaras apontadas às letras azuis gigantes para levar uma recordação do Porto.