Do cancro da mama aos acidentes em minas, jovens mostram soluções para o mundo do amanhã

Se há algo que a European Innovation Academy (EIA) continua a demonstrar é que os jovens estão cheios de ideias – e vontade – de encontrar soluções para os mais diversos problemas do mundo onde vivem. As três semanas de trabalho da segunda edição da maior academia de inovação terminaram com a escolha das dez startups com os melhores projetos para um futuro muito próximo. Dez ideias para concretizar entretanto, que a próxima edição da EIA no Porto é já em 2024.

Utilizar Inteligência Artificial para reduzir o tempo e afinar o diagnóstico de cancro da mama, colocar a Internet das Coisas na prevenção dos acidentes na indústria de mineração, criar um serviço de melhor deteção de intolerâncias alimentares ou uma aplicação para smartphones que torne os eventos de massas mais seguros são algumas das ideias que agradaram ao júri da European Innovation Academy.

Entre as soluções vencedoras, divulgadas na cerimónia que, na passada sexta-feira, fechou o evento no Palácio da Bolsa, os jovens, provenientes de algumas das melhores universidades em todo o mundo, apresentaram, ainda, formas de reduzir rapidamente a pegada de carbono das empresas, aplicações de gestão de bilhetes para salas de concertos e eventos, e ideias para atacar o problema do número crescente de embalagens de transporte.

Das dez startups mais inovadoras nascidas na European Innovation Academy faz também parte uma solução para transformar plástico em combustível sintético, uma forma de aproximar mentores na reforma e jovens empresários à procura de conhecimento e experiência, e ainda a produção mais sustentável de café.

Não são apenas boas ideias. São rentáveis, sustentáveis e apresentam um plano concreto sobre como e em quanto tempo conseguem estar no mercado. Desenvolvida a ideia, segue-se a angariação do financiamento. Um dia, tão rápido quanto desejável, serão dez novas soluções para menos dez problemas do mundo de todos nós.

Porto aberto às empresas criadas na EIA

Durante a cerimónia de encerramento, a diretora geral da EIA sublinhou como o momento servia para “celebrar os vossos feitos incríveis”, além da resiliência demonstrada pelas centenas de estudantes ao longo das três semanas da academia. “Continuem a sonhar e a inovar. As vossas ideias têm o poder de mudar o mundo”, reforçou Gerda Noormägi.

Diretor geral da Porto Digital, Paulo Calçada assumiu sair da European Innovation Academy “cheio de energia para uma nova edição com ambição”. E deixou a mensagem da abertura do Porto às novas empresas que sairão da academia: “Esperamos ver-vos aqui novamente, a investir na nossa cidade com as vossas ideias”.

No mesmo sentido, o cofundador da Beta-i, Ricardo Marvão, desafiou o novos empreendedores a “olhar para Portugal como um país que vos quer aqui”. Certo de que o caminho para “encontrar soluções para os problemas do mundo” é “difícil mas possível”, o empresário deixa o conselho: “o importante é sempre a mentalidade”.

Nas palavras da vice-reitora da Universidade do Porto, Joana Resende, “Portugal é história e conhecimento. É experimentar e encontrar soluções para problemas contemporâneos”.

Em representação do Santander, Ricardo Jorge gravou um depoimento onde desafiava os jovens inovadores a “continuar a usar a criatividade para melhorar a vida das pessoas”. Sublinhando como “o erro faz parte do empreendedorismo”, o administrador daquela entidade bancária incita os estudantes a “transformar falhas em sucessos” ao longo das suas carreiras profissionais.

Em 2024, a European Innovation Academy regressa ao Porto com mais mentes brilhantes, mais ideias inovadoras, mais jovens empreendedores e mais soluções para o mundo.