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Diretor do Memorial à Paz e Vítimas da Bomba Atómica de Nagasaki trouxe apelo ao fim das armas nucleares

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O diretor do Memorial para a Paz em Nagasaki visitou o Porto e a exposição que marca os 73 anos do lançamento da bomba atómica naquela cidade japonesa, deixando um apelo à paz e ao envolvimento global na luta pelo fim das armas nucleares.

No âmbito das comemorações dos 40 anos de geminação Porto-Nagasaki, o diretor do National Peace Memory Hall for the Atomic Bomb Victims, Tomoo Kurokawa, foi recebido pelo presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, e visitou a exposição "Bomba Atómica - Hiroxima e Nagasaki", patente no átrio dos Paços do Concelho até 30 de novembro (de segunda a sexta-feira, das 9 às 17 horas), com entrada livre.

Em entrevista ao "Porto.", Tomoo Kurokawa afirma que "a mensagem principal deste Memorial é transmitir uma parábola das vítimas da bomba atómica". Acrescenta que existe outro museu para mostrar materiais da bomba atómica, mas sublinha que este Memory Hall tem por missão "mostrar o que as vítimas pensaram, dar-lhes uma voz para se manifestarem". Por isso, "este tipo de museu existe em Nagasaki, bem como dois museus do mesmo género em Hiroxima", frisa.

"Esta geminação entre as duas cidades - Porto e Nagasaki - começou há 40 anos. A bomba atómica foi lançada há 73 anos. Como tal, o nosso objetivo foi mostrar o que aconteceu há 73 anos e também o estado atual da cidade de Nagasaki, uma cidade que tenta encontrar a paz no mundo", acrescenta o diretor do Memory Hall de Nagasaki.

"A minha mãe e o meu irmão também são vítimas da bomba atómica. Mas isto são assuntos do tempo de guerra. Pensamos que agora é mais importante manifestar que a bomba atómica não deve ser utilizada nunca mais no mundo, e este tipo de ideia é mais importante do que odiar o que aconteceu. O desejo de todas as vítimas de bomba atómica é no sentido de eliminar todas as armas nucleares", apela.

Na sua visita aos Paços do Concelho, Tomoo Kurokawa afirmou que estava "muito surpreendido e ao mesmo tempo muito satisfeito por tantas pessoas estarem a visitar a exposição".

"Queremos contribuir para eliminar a bomba atómica e as armas nucleares no mundo, e creio que a exposição poderá ajudar a alcançar este objetivo", conclui.

  

O Nagasaki National Peace Memory Hall for the Atomic Bomb Victims (Memorial Nacional para a Paz pelas Vítimas da Bomba Atómica) foi erigido entre novembro de 2000 e dezembro de 2002 com o principal objetivo de fazer sentir às pessoas a dimensão inestimável do sacrifício de todos aqueles que pereceram nos bombardeamentos, e para comemorar a paz duradoura. Situa-se perto do Museu da Bomba Atómica e do "Parque da Paz" na cidade de Nagasaki.

De salientar que, ainda no contexto dos 40 anos de geminação Porto-Nagasaki, o Palacete dos Viscondes de Balsemão, na Praça de Carlos Alberto, acolhe a exposição de intercâmbio de arte contemporânea "stories | estórias - Porto e Nagasaki",  que integra os trabalhos de conceituados artistas do Porto e de Nagasaki, bem como desenhos de crianças das duas cidades e difunde uma mensagem de paz universal.

Esta exposição é de entrada livre e pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 10 às 17,30 horas, até 31 de outubro.