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“Diários de uma Pandemia” regressam para perceber a adaptação à Covid-19

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Filipa Brito

O lançamento, em março de 2020, dos inquéritos “Diários de uma Pandemia” permitiu ao Instituto de Saúde Pública do Porto (ISPUP) e ao Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) perceberem de que forma estavam os portugueses a adaptar-se à Covid-19. O aumento do número de casos – e o retorno ao confinamento - trazem uma segunda edição e todos podem participar.

Os primeiros “Diários de uma Pandemia” encontraram a população na primeira fase de incidência do vírus no país e permitiram tirar algumas conclusões, como o facto de o teletrabalho e o confinamento serem “um privilégio para determinados setores da sociedade, definidos como fatores socioeconómicos e de atividade”, adianta Raquel Lucas, investigadora do ISPUP à agência Lusa.

Com base na participação de mais de 13 mil pessoas, que, entre março e agosto do ano passado, responderam a mais de 350 mil inquéritos sobre o tipo de contactos, utilização dos serviços de saúde, testes de rastreio e frequência de estabelecimentos comerciais, foi possível perceber, também, que as pessoas de mais idade se mantinham menos ansiosas e mais esperançosas em relação ao futuro.

Os “Diários de uma Pandemia” do ISPUP e do INESC TEC (com a colaboração do jornal Público) revelaram, ainda, a realidade de que nem todas as pessoas têm a possibilidade de ficar em casa em caso de terem sintomas e de não terem realizado o teste.

Suspensa na altura do verão, quando o número de novos casos era relativamente baixo, a situação atual trouxe os “Diários de uma Pandemia” de volta, até porque, como salienta Raquel Lucas, “torna-se evidente que esta é uma emergência de saúde pública que ainda está longe de ser resolvida”.

O intuito desta segunda edição é perceber “o que mudou no dia-a-dia da população desde o primeiro confinamento”, mas também, explica Raquel Lucas, “como evoluiu a forma como as pessoas encaram e gerem o facto de estarmos a viver numa pandemia”.

A perspetiva sobre como vai ser o desconfinamento e o processo de vacinação, mas também qual será o impacto da pandemia na políticas públicas, são outras respostas que se esperam escritas nestes “Diários de uma Pandemia”.

Os resultados, à semelhança da anterior edição, deverão ficar disponíveis entre os próximos três a cinco meses, enquanto “fizer sentido do ponto de vista epidemiológico”, afirma a investigadora do ISPUP.