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FCNAUP e Águas e Energia do Porto promovem consumo de água sustentável no Dia Mundial da Alimentação

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A empresa municipal Águas e Energia do Porto e a Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNAUP) assinalaram, nesta segunda-feira, o Dia Mundial da Alimentação, que este ano foi dedicado ao tema "Água é vida, água é alimento. Não deixar ninguém para trás".

As duas instituições desenvolveram um conjunto de ações que incluíram workshops de degustação de águas e uma conferência. Parceria da FCNAUP com o “Beba Água do Porto” foi um dos destaques do dia.

A qualidade da água e o seu papel na nossa dieta e na geopolítica foram alguns dos temas abordados durante a conferência “Água é vida, água é alimento”. Filipe Araújo, vice-presidente da Câmara do Porto, Pedro Graça, diretor da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNAUP), e o hidrogeólogo e water sommelier Manuel Antunes Silva, debateram as várias dimensões deste alimento. No final, fica uma certeza: a água tem uma importância vital para a humanidade e a sua gestão eficiente irá, cada vez mais, contribuir para moldar o futuro do planeta a todos os níveis.

Nesse sentido, Filipe Araújo foi perentório ao afiramar que “no Município do Porto, estamos conscientes dos vários desafios que temos pela frente. Temos, por isso, trabalhado em várias frentes, nomeadamente na eficiência hídrica nos sistemas de abastecimento da cidade. Sempre com um objetivo muito claro: tornar o Porto mais sustentável, resiliente e inteligente”.

Já o diretor da FCNAUP lembra que, a nível mundial, “cada vez mais pessoas irão deslocar-se dos seus territórios devido a questões relacionadas com a falta de água. Este é um fator que terá, provavelmente, mais impacto nas migrações do que os conflitos armados”. E não esquece que existem também desafios para enfrentar em Portugal. “Os níveis de hidratação em crianças e idosos estão abaixo do que seria aconselhável”, segundo os últimos estudos realizados por investigadores da FCNAUP. A parceria entre a instituição e a Águas e Energia do Porto poderá ser útil na resolução de questões como esta.

Aposta em novos bebedouros públicos que são também inclusivos

O Município do Porto está a alargar a oferta de bebedouros a instituições da cidade. Nesse sentido, o Beba Água do Porto, com uma imagem renovada, estabeleceu parcerias nas áreas da educação, saúde, nutrição e desporto, que vão ajudar a divulgar os benefícios da água da torneira.

Os primeiros seis bebedouros doados a instituições parceiras já podem ser encontrados na Faculdade de Ciências da Nutrição da Universidade do Porto (FCNAUP) e no Centro Hospitalar Universitário São João. Esta expansão é estratégica para a promoção de uma cidade que aposta também na saúde e bem-estar, dois fatores indissociáveis ao consumo de água. Também já está programada a instalação de dois equipamentos no CDUP – Centro de Desporto da Universidade do Porto, um na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e outro no Hospital de Santa Maria.

Paralelamente, foi também iniciada a instalação de novos bebedouros um pouco por toda a cidade, nomeadamente em parques e jardins públicos, uma iniciativa que dá sequência às medidas que visam promover a sustentabilidade do ciclo urbano da água, nomeadamente através da instalação de bebedouros nos principais circuitos pedonais e cicláveis da cidade, procurando fomentar o consumo da água da torneira nesses locais.

Para facilitar o acesso, esta expansão é acompanhada de uma novidade que garante a todos uma maior comodidade na utilização destes equipamentos: um novo tabuleiro com torneira adaptada a pessoas com mobilidade reduzida e, também, uma taça para animais. Esta mudança, já visível em alguns locais da cidade, vem ao encontro das necessidades da população, permitindo que, de forma mais simples, todas as pessoas possam usufruir da água do Porto.

Boa, acessível e segura: as características da água do Porto

Dados relativos a 2022, mostram que a Águas e Energia do Porto realizou 43.041 análises à qualidade da água para consumo, um controlo que confirma um índice de segurança de 99,4%. Ainda neste contexto, um relatório de 2023 publicado pelas Nações Unidas, revela que a água da torneira não é menos segura que a engarrafada. No entanto, a atividade desta indústria gera 25 milhões de toneladas de resíduos plásticos, contribuindo para a poluição que alastra por todo o planeta.

No que respeita ao custo, segundo os dados de 2021 apurados pela ERSAR, o serviço de abastecimento de água da empresa municipal do Porto teve um peso de 0,24% no rendimento médio disponível por agregado familiar portuense. Estes valores indicam uma boa qualidade de serviço, sendo que se considera uma acessibilidade económica boa quando o resultado do indicador fica situado no intervalo entre 0 e 0,5%.

O projeto pioneiro de incentivo ao consumo da água da torneira prioriza a sustentabilidade do ciclo urbano da água em todas as suas vertentes e a qualidade e eficiência das várias atividades que diariamente estabelece. Pretende-se alertar para os desafios ambientais, nomeadamente para a escassez deste recurso, permitindo uma maior consciencialização sobre o valor da água numa perspetiva de promoção do consumo sustentável, economia circular e descarbonização. Incentivar o consumo da água da torneira, não só pela sua diferenciação no que respeita ao custo e impacto ambiental, em comparação com as águas engarrafadas, mas também pela qualidade de excelência, assegurada pelo laboratório da empresa municipal.