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"Dia D" recordado nos Paços do Concelho com exposição de fotos, jornais e alguns objetos

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Robert Capa

Inaugura-se a 6 de junho, nos Paços do Concelho do Porto, a exposição "Dia D, Batalha pela Liberdade", com a qual se celebram os 80 anos do desembarque das tropas Aliadas – compostas, maioritariamente, por forças dos EUA, Reino Unido e Canadá – nas praias da região da Normandia, em França, durante a II Guerra Mundial. Trata-se de uma coorganização do Coletivo Normandia com o Município do Porto, contando ainda com o apoio da Livraria Lello.

A exposição é baseada no livro homónimo do escritor e jornalista José Manuel Saraiva, recentemente publicado, e explica, de uma forma sucinta, o modo como a operação militar do Dia D (Operação Overlord) foi preparada e que meios humanos e materiais foram utilizados. Com um propósito celebratório mas também pedagógico, vão ser exibidas fotografias da batalha, informação historiográfica, jornais portugueses da época e alguma memorabília, como um lenço de aviador e um gorro militar.

No dia 6 de junho de 1944, uma frota constituída por 6.939 navios das tropas Aliadas, conduzidas pelo general Dwight Eisenhower, que viria a ser presidente dos EUA, iniciou a maior operação anfíbia da História da Humanidade. Contra as expectativas do Terceiro Reich, as tropas aliadas, constituídas por 156 mil soldados, na sua maioria muito jovens, assaltaram a costa normanda. Debaixo de condições meteorológicas adversas, lograram quebrar a famosa "Muralha do Atlântico", constituída por centenas de milhares de soldados alemães, estrategicamente instalados em 12 mil bunkers distribuídos ao longo de 50 quilómetros de costa.

"Fazer justiça à História"

Durante o dia 6 de junho, os Aliados realizaram também mais de 11 mil missões áreas na região da Baixa Normandia, para atacar as posições defensivas e lançar paraquedistas e material de guerra na retaguarda das linhas inimigas. Era o início de mais de 11 meses de sangrentas batalhas, que culminariam, pouco menos de um ano depois, na expulsão das forças alemãs dos países ocupados e na derrota da Alemanha nazi.

O Coletivo Normandia é composto pelo antigo ministro da Cultura e presidente da Câmara Municipal de Lisboa, João Soares, pelo escritor e jornalista José Manuel Saraiva, pelo designer e ilustrador Jorge Silva, pela historiadora Manuela Rêgo e pelo empresário Adélio Gomes. Este grupo iniciou, em 2021, a promoção de eventos de divulgação histórica, com um ciclo dedicado a Jean Moulin, herói da resistência francesa, que passou por Lisboa em 1941. O coletivo é também responsável pela exposição "A insurreição do gueto de Varsóvia 1943", que ainda se encontra em itinerância pelo país.

Para João Soares, a exposição sobre o Dia D cumpre o propósito de "fazer justiça à História", homenageando quem morreu pela liberdade nas praias da Normandia. "Numa altura em que a liberdade está a ser posta em causa no mundo, é ainda mais importante assinalar o Dia D", sublinha o antigo autarca. E acrescenta: sendo "a cidade da liberdade e a cidade Invicta, achámos que [a exposição] devia começar no Porto".

A exposição "Dia D, Batalha pela Liberdade" vai estar patente até 7 de julho nos Paços do Concelho, com visitas de segunda a sexta-feira, das 9 às 17 horas. A entrada é livre.