Desporto

"Desporto no Bairro" cresce de forma sustentada e já é exemplo no país

  • Paulo Alexandre Neves

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Depois do sucesso registado nos três anos anteriores (2020, 2021 e 2022), o "Desporto no Bairro" regressa, este ano, com renovado sentido de responsabilidade social e desportivo. Com um investimento de 150 mil euros, a edição 2023 ganha escala e alarga o período de duração por mais um mês, realizando-se entre os meses de julho e outubro.

Esta terça-feira, no Skate Park de Ramalde, para além das novidades da quarta edição, foi possível verificar os frutos daquele que é um dos mais importantes programas desportivos do Município do Porto, com as atuações da Momentum Crew (animados por Manuel Soares, na guitarra portuguesa, e o bit box Jorge Loureiro) e a exibição de skaters.

Quatro modalidades olímpicas (breaking, surf, skate e street basket) têm atraído a atenção de quase um milhar de crianças e jovens, entre os seis e os 22 anos, de 17 bairros da cidade, números atingidos na edição do ano passado do "Desporto no Bairro".

"Não é de estranhar que este programa venha somando, a cada novo capítulo, mais modalidades desportivas, mais participantes, mais bairros da nossa cidade e todo o nosso entusiasmo", afirmou o presidente da Câmara, acrescentando: "O Porto pode orgulhar-se de uma tradição associativa e agregadora que reflete o espírito ativo e intrépido das nossas gentes. Também nesta vertente se destaca sobremaneira o dinamismo das associações, dos clubes e das escolas portuenses".

Rui Moreira lembrou, a propósito, que nas comemorações nacionais do 49.º aniversário do 25 de Abril, o Palácio de São Bento, residência oficial do primeiro-ministro, recebeu uma comitiva de crianças e jovens integrantes do "Desporto no Bairro", para uma demonstração de breaking. "É já evidente: o programa vem granjeando um papel social que é hoje transversalmente reconhecido e valorizado", sublinhou o autarca.

Programa municipal alvo de atenção no país

"Em 2020, quando iniciamos o projeto, não imaginávamos que teríamos em mãos uma ideia que é hoje um programa municipal alvo de atenção – e de inspiração – para outros municípios e reconhecido por altas instâncias decisoras do país", frisou também a vereadora do Desporto.

"Acreditamos que podemos contribuir para promover um futuro alternativo para estes jovens que veem neste programa uma opção de ocuparem o seu tempo e sua mente", acrescentou Catarina Araújo.

Só na última edição, o "Desporto no Bairro" reuniu quase um milhar de crianças e jovens do Lagarteiro, Cerco, Pasteleira, Pinheiro Torres, Fonte da Moura, Aldoar, Ramalde do Meio, Viso, Francos, Central de Francos, Contumil, Pio XII, Agra do Amial, S. Tomé, Fontainhas, Miragaia e Sé para a prática de quatro modalidades olímpicas (breaking, surf, skate e street basket).

Para esta edição, as ações de formação vão continuar a abranger as mesmas modalidades olímpicas, orientadas por várias entidades parceiras, como o MXM Art Center, espaço do coordenador do "Desporto no Bairro" Max Oliveira (na modalidade de breaking), os clubes União Académica António Aroso, Académico Futebol Clube e Sporting Clube Vasco da Gama (na modalidade de street basket), Flower Power Surf School e Surf Training School (na modalidade de surf) e a Vou na Prancha/Kate SkateShop (na modalidade de skate).

"Esta quarta edição [do Desporto no Bairro] é, pois, a consolidação de três anos de prática disruptiva, inovadora, desafiante. Não foi fácil! Nunca o será. Mas este programa já deu provas de que é, ano após ano, fundamental no combate à ausência de objetivos, uma plataforma de valorização, de concretização sonhos", garantiu a vereadora do Desporto.

“Obrigado Porto por continuarem a acreditar nos nossos jovens”

O coordenador do programa municipal acredita que esta edição vai continuar a marcar a vida dos jovens. "Ao fim de três anos, temos jovens que já fazem parte da equipa de formação, outros que estão a ajudar a formar jovens, quem já faça parte de associações de bairros e também estejam ativamente a competir nestas modalidades olímpicas", revelou Max Oliveira.

Criado em 2020, o programa começou por oferecer apenas aulas de breaking – que nesse ano passou a ter estatuto olímpico –, em quatro polos que abrangiam oito bairros sociais. Os cerca de 600 participantes superaram largamente as expectativas, pelo que no segundo ano, em 2021, as modalidades passaram a ser três (somou-se o surf e o skate), os polos subiram para seis e os bairros englobados para 14, envolvendo um total de 800 jovens.

Em 2022, o projeto conseguiu chegar a 900 crianças e jovens de 17 áreas geográficas e oito polos de intervenção, passando a estar também presente no Centro Histórico do Porto, nomeadamente nas Fontainhas, em Miragaia e na Sé. Para além das três modalidades que já integravam o programa, foi adicionado o street basket, aproveitando os 15 novos espaços dedicados a este desporto, inaugurados na cidade nesses mesmo ano.

"Obrigado Porto por continuarem a acreditar, de forma genuína, nos nossos jovens e equipas de formação. O Porto arriscou. Não sabíamos bem para onde íamos e, hoje em dia, este programa é um motivo de orgulho, com os jovens a serem exemplo no seu novo caminho e numa perspetiva digna de vida", adiantou Max Oliveira.

Rui Moreira lembrou, citando o coordenador do "Desporto no Bairro": "Por altura do encerramento da terceira edição, [o Max Oliveira] partilhava connosco uma frase que creio que resume tudo o que já foi hoje aqui dito: basta mudar uma vida para que o projeto valha a pena".