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Desporto no Bairro abraça nova modalidade e vai alargar-se a mais territórios da cidade

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Neste verão haverá mais opções de atividades desportivas e em mais bairros da cidade. A terceira edição do programa municipal Desporto no Bairro, apresentada ao final da tarde de terça-feira, passa a contar com mais uma modalidade – o street basket, que se junta ao breaking, surf e skate – e ambiciona chegar a mais de 1000 crianças e jovens.

As atividades vão decorrer entre junho e setembro, concentradas em oito polos e envolvendo 17 bairros. Pela primeira vez, o programa chega também ao Centro Histórico do Porto, com ações dirigidas a moradores das Fontainhas, de Miragaia e da Sé.

“Perante os resultados tão positivos das últimas edições – o Desporto no Bairro agremiou 600 participantes na primeira edição e cerca de 800 na segunda – decidimos reforçar o programa com uma nova modalidade olímpica e o alargamento a novos territórios”, sublinhou o presidente da Câmara do Porto.

“A aposta no basquetebol é a primeira grande novidade da terceira edição do programa Desporto no Bairro. Em colaboração com três grandes clubes da cidade, o Sporting Clube Vasco da Gama, o Académico Futebol Clube e a União Académica António Aroso, temos todas as condições criadas para agremiar ainda mais jovens portuenses para aquela que é a modalidade que já regista o maior número de atletas nas camadas de formação: são mais de 800 só na cidade do Porto”, notou Rui Moreira.

A ambição que a autarquia coloca nesta terceira edição do Desporto no Bairro traduz-se num investimento municipal de aproximadamente 125 mil euros, “o maior de sempre”, realçou. “Fizemos um grande investimento nos equipamentos de street basket pela cidade, já a pensar em alargar este programa ao street basket”, assinalaria o presidente da Câmara do Porto, em declarações aos jornalistas, no final da apresentação que decorreu no Parque da Pasteleira.

“[O Desporto no Bairro] é um programa muito parecido com o Cultura em Expansão. No fundo, é ir chegando a todos os lugares da cidade, porque todos os lugares são cidade”, acrescentou Rui Moreira, assinalando o carácter social do projeto: “Tem o mérito de englobar não só a vertente desportiva, mas também de dar um forte contributo à sua formação enquanto pessoas. Permitiu juntar miúdos muito diferentes, permitiu a alguns conhecerem o mar, que não conheciam. Um dos miúdos que foi fazer surf ficou admirado porque a água é salgada. E vive no Porto. Dá-nos um sintoma do isolamento.”

“Enorme potencial de crescimento”

A abrir a sessão, a vereadora da Saúde e Qualidade de Vida, Juventude e Desporto, Catarina Araújo – também presidente do conselho de administração da empresa municipal Ágora – Cultura e Desporto do Porto, que promove o Desporto no Bairro – admitiu o seu “enorme entusiasmo” pelo trabalho já desenvolvido.

“O Desporto no Bairro iniciou-se, há dois anos, em oito bairros da cidade, com o breaking. A Câmara do Porto ousou ao escolher esta modalidade, mas ousou sabendo que o programa tinha, também ele, de ser inovador e disruptivo para poder singrar, considerando todas as suas especificidades”, disse Catarina Araújo, assinalando que “a iniciativa, apesar de ainda só contar com duas edições concluídas, tem vindo a ganhar escala, quer ao nível do número de participantes, quer considerando os bairros em que está inserida.”

“Regressando a 2020, ao primeiro ano do Desporto no Bairro, proporcionámos a centenas de jovens a possibilidade de começarem a praticar este desporto de forma regular e autónoma, mas também de cocriarem e apresentarem um grande espetáculo na Super Bock Arena – Pavilhão Rosa Mota. Mesmo com todos os constrangimentos associados à pandemia, logo percebemos que tinha um enorme potencial de crescimento”, apontou.

Max Oliveira, coordenador do programa Desporto no Bairro, confessou sentir “um orgulho enorme” pelos resultados que já são visíveis. “Estou muito, muito feliz por continuar. Isto realmente muda vidas. Nós acreditamos que a mudança se dá com amor. Aqueles que se apaixonaram por esta modalidade realmente mudaram as suas vidas. Hoje, alguns deles até fazem parte da equipa de formação”, congratulou-se.

“É um orgulho enorme pertencer a esta cidade e sentir que faço parte e tenho alguma responsabilidade numa mudança profunda de jovens que têm uma situação semelhante àquela que eu outrora vivi. Este projeto surgiu de forma muito orgânica, a convite da Câmara do Porto, para desenharmos algo construído de raiz, desenvolvermos do zero e adaptado às necessidades dos nossos bairros”, lembrou Max Oliveira.

A terceira edição do Desporto no Bairro vai decorrer entre junho e setembro. Com organização e supervisão de professores especializados, as atividades programadas procuram sensibilizar os participantes para os benefícios associados ao desporto, assim como oferecer-lhes momentos de bem-estar e diversão.

O programa terá três fases distintas. Começará com sessões de iniciação às modalidades, concentradas em oito polos e envolvendo 17 bairros. Mais tarde, irá até espaços desportivos associados a cada uma das disciplinas, como o MXM Art Center, o Skate Park de Ramalde, a Praia Internacional ou os recentemente inaugurados recintos desportivos ao ar livre. Finalmente, a edição deste ano terminará com o habitual espetáculo aberto ao público, criado com as crianças e jovens de todos os polos, bem como formadores e convidados.

Lista de bairros da terceira edição (base de cada polo a negrito)
Lagarteiro
/ Cerco;
Pasteleira / Pinheiro Torres;
Fonte da Moura / Aldoar;
Ramalde do Meio / Viso;
Francos / Central de Francos;
Contumil / Pio XII;
Agra do Amial / S. Tomé;
Fontainhas / Miragaia / Sé.