Cultura

Almada Negreiros chega ao Museu Soares dos Reis em coleção de 90 trabalhos

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Filipa Brito

O Museu Nacional Soares dos Reis, em colaboração com a Fundação Calouste Gulbenkian, acolhe a partir de quinta-feira, 30 de novembro, a exposição "José de Almada Negreiros: desenho em movimento". Com curadoria de Mariana Pinto dos Santos, a mostra reúne 90 trabalhos que dão conta da importância da linguagem cinematográfica na obra plástica desta figura considerada ímpar do modernismo português.

Várias das obras selecionadas para a mostra estiveram na exposição "Almada Negreiros. Uma Maneira de Ser Moderno" que no início deste ano ocupou vários espaços do Museu Gulbenkian e da programação da Fundação, em Lisboa. No Museu Nacional Soares dos Reis serão também divulgados alguns trabalhos inéditos do autor.

Segundo o comunicado enviado pela Fundação, em grande parte do trabalho de Almada Negreiros é bem visível a sua vontade de contar histórias com imagens, muitas das quais com apontamentos de humor, tanto em séries de desenhos, como em obras integradas em edifícios e mesmo em tapeçarias. Fascinado com a possibilidade de dar vida ao desenho e de o pôr em movimento, Almada Negreiros teve a intenção por diversas vezes de experimentar a animação, mas não chegou a concretizar o seu desejo.

A conjugação entre cinema e desenho surge em obras como a lanterna mágica La Tragedia de Doña Ajada (1929) e no filme desenhado O Naufrágio da Ínsua (1934), trabalhos especificamente concebidos para apresentações públicas em écran de cinema, real ou imaginado, e que estão incluídos nesta mostra. A hibridez entre desenho e cinema está também expressa em alguns dos seus textos literários, poéticos e ensaísticos, onde se notam intersecções plásticas e cinematográficas.

"José de Almada Negreiros: desenho em movimento" abre ao público a 30 de novembro e encerra no dia 18 de março de 2018.