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Descobrir Manoel de Oliveira a partir do cinema e do seu arquivo pessoal

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Miguel Nogueira

Com o título "A Bem da Nação", a Casa do Cinema Manoel de Oliveira vai dar início a um ciclo que aborda a relação do realizador que deu nome àquele espaço com o contexto maior do cinema português. A exposição vai centrar-se nas primeiras décadas de trabalho de Manoel de Oliveira, entre 1929 e 1969.

"Manoel de Oliveira no Cinema Português I" é o primeiro capítulo de uma série de ciclos que vão acontecer nos próximos anos, "cujo enfoque procurará perspetivar e enquadrar o percurso autoral de Oliveira no panorama do cinema nacional", de acordo com o plano de atividades de Serralves para 2023.

A exposição vai ser realizada na íntegra "a partir de uma visão de dentro", ou seja, daquilo que são os arquivos de Manoel de Oliveira e daquilo que o realizador "considerou ser relevante [na] relação" com o cinema português ao longo das décadas. Será feita com a colaboração da Cinemateca Portuguesa e conta com cocuradoria do realizador e professor universitário João Mário Grilo.

A mostra "pretende desde logo 'desarquivar' o arquivo de Manoel de Oliveira, porque Manoel de Oliveira, além de ter sido cineasta, é também um arquivista, se assim o [se pode] dizer", realçou, na apresentação da programação para 2023, o diretor da Casa do Cinema, António Preto.

O plano de atividades acrescenta que, "ao longo de mais de uma dezena de sessões, [se apresentará] uma parte significativa da filmografia do realizador produzida nesse intervalo [de anos], sempre em diálogo com a produção portuguesa sua contemporânea".

Para além do ciclo sobre "Autorretratos no Cinema", que se estende por fevereiro, a Casa do Cinema Manoel de Oliveira vai fazer uma retrospetiva integral do trabalho de Jean-Marie Straub e Danièle Huillet. A retrospetiva vai acontecer entre setembro e dezembro e vai obrigar a uma revisão de toda a legendagem dos filmes da dupla francesa.