Ambiente

Desafio das alterações climáticas juntou especialistas europeus

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Especialistas de toda a Europa estiveram ontem no Viveiro Municipal do Porto para participar num workshop sobre a abordagem às alterações climáticas na cidade, numa perspetiva de envolvimento de agentes locais, regionais, nacionais e globais enquanto peças-chave de ação.

Durante o workshop, realizado no âmbito da conferência internacional Cities Fórum 2020 que está a decorrer no Porto, foi apresentado o trabalho que a cidade está a fazer para mitigação e adaptação às alterações climáticas, o qual agrega o Município e outros atores, como o projeto Casa Comum da Humanidade, soluções de âmbito regional (nomeadamente o Plano de Adaptação da Região Metropolitana do Porto) e local (como a Cooperativa Coopérnico).

O evento foi por isso ocasião para o vice-presidente da Câmara e vereador da Inovação e Ambiente, Filipe Araújo, sublinhar que o workshop estava a decorrer num local que constitui o epicentro de um importante projeto de produção de árvores para a cidade e para a reabilitação ecológica da região envolvente. "Desde 2014, milhares de árvores nativas são produzidas neste viveiro com a ajuda de voluntários e exportadas para os territórios dos nossos vizinhos. Plantar árvores é uma das ações mais simples e relevantes que se pode oferecer para mitigar e se adaptar às mudanças climáticas", apontou o autarca, frisando que "essas árvores foram plantadas por cidadãos, organizações públicas e privadas, governos locais".

Nesta sessão, foram ainda apresentadas as vulnerabilidades climáticas do Porto e o grau de implementação das 52 opções estratégicas definidas na Estratégia Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas concluída em 2016. Paulo Magalhães, diretor-geral da Casa Comum da Humanidade, defendeu que "temos de olhar para o território como um bem comum", acreditando num futuro onde as convenções jurídicas possam andar "de mão dada" com a preservação do sistema terrestre.

Por seu lado, Ana Monteiro, investigadora da U.Porto e coordenadora do Metroclima (projeto de avaliação de adaptação às alterações climáticas na Área Metropolitana do Porto), elencou necessidades como a de aumentar a literacia climática, referindo que há uma excessiva informação e pouco conhecimento do tema, denunciando ainda a desresponsabilização excessiva da sociedade civil sobre o tema em debate. Já Pedro Macedo, membro da associação Coopérnico, partilhou as experiências, progressos e preocupações das comunidades energéticas e o potencial das mesmas num momento particular, segundo o próprio, de emergência climática.