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Deputado da CDU diz que Rui Moreira será lembrado como o presidente que reabilitou o Bolhão

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O deputado municipal da CDU Artur Ribeiro disse que "o presidente da Câmara, Rui Moreira, vai ser recordado pela reabilitação do Mercado do Bolhão". A declaração surgiu durante o debate de ontem à noite sobre o regulamento que vai orientar os comerciantes e inquilinos do emblemático edifício, que foi aprovado por maioria.

"Há coisas que marcam e a obra do Bolhão é emblemática", disse o deputado comunista numa intervenção em que recordou a palavra dada - que tem por boa - do presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, de que o Mercado do Bolhão continuará a manter a tradição de ser um "mercado de frescos", "de gestão 100% municipal" (através da empresa municipal GO Porto) e para onde a grande maioria dos comerciantes do interior e do exterior vai regressar, quando estiverem concluídas as obras de requalificação e modernização, em meados de 2021.

Assinalando que "o Bolhão é um problema que tem sido discutido há 30 anos", que nenhum outro autarca conseguiu resolver, Artur Ribeiro salientou que a tarefa de transferir os comerciantes para o Mercado Temporário do Bolhão "foi gigantesca e correu bem", lembrando que também a mesma Assembleia Municipal tomou decisões a respeito.  

Do Mercado do Bolhão requalificado espera também que contribua "para ajudar a vender os produtos da Região" e congratula-se com a decisão camarária de o projeto não descaracterizar o edifício e de respeitar os comerciantes, "ao contrário do que se fez no Mercado do Bom Sucesso", concessionado na presidência de Rui Rio. No entanto, com o mesmo pragmatismo diz que sabe "não vai ser igual do que foi há 100 anos, porque as coisas evoluem e é natural que assim seja".

A intervenção tinha como propósito avivar a memória dos deputados municipais sobre aquele que foi um projeto altamente consensualizado com a cidade e por todas as forças políticas, diante do levantamento de algumas dúvidas em relação ao Regulamento do Mercado do Bolhão, que viria a ser aprovado por maioria (grupo municipal Rui Moreira: Porto, o Nosso Partido e PSD), com abstenções do PS, CDU, PAN e três votos contra do BE.

Da parte do PS, a deputada Maria José Espinheira afirmou que seria "monótono e triste" que as lojas exteriores que ficassem vagas "só pudessem ser alimentares". Por seu turno, o deputado Joel Oliveira, do BE, apontava que o regulamento "abre a porta à exploração do mercado a entidades privadas". E o deputado do PAN disse recear a possibilidade do Mercado do Bolhão vir a perder a sua genuinidade.

Filipe Araújo, vice-presidente da Câmara do Porto em representação de Rui Moreira, sossegou-os: "Há algo que acho que ficou bem patente no início do projeto do Bolhão e está muito associado ao presidente Rui Moreira, que é que esta reabilitação seja feita com os comerciantes e para os comerciantes".

Além do mais, continuou, "todos os comerciantes e inquilinos continuam com as atividades que têm e, de qualquer forma, há aqui uma postura política que sempre foi algo que nós quisemos: que aquele seja um quarteirão de excelência e referência na área alimentar" (como se pode verificar na entrevista realizada a Francisco Rocha Antunes, no Jornal Porto. de fevereiro de 2018).

O PSD votou favoravelmente o regulamento pois, de acordo com o deputado Francisco Carrapatoso, "não põe em causa a gestão" do espaço, embora tenha dito que não concorda com a decisão política de afetar todas as lojas exteriores vagas à área da alimentação.

Já o líder da bancada do grupo independente, André Noronha, relembrou que em 2015 e 2016 "o PS bateu palmas e regozijou-se" sobre a solução encontrada. "O plano funcional está estabilizado há anos", tem havido "diálogo permanente com os comerciantes", porque "eles têm voz própria e não precisam de representação", sublinhou. Para que não restassem dúvidas, declarou: "o Mercado do Bolhão vai ser um mercado de alimentação para os portuenses, para os retalhistas se poderem abastecer, mercado para a cidade e não apenas para os turistas".

O Regulamento do Mercado do Bolhão visa definir um conjunto de normas relativas à organização, funcionamento, disciplina, limpeza e segurança interior do Mercado do Bolhão. Representa, também, a vontade municipal de "proceder à revitalização do comercio retalhista de proximidade presente".