Sociedade

Cultura underground celebrada no Porto

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Viajar à
tumultuosa Inglaterra do Thatcherismo pela voz de um dos maiores ícones da
música de intervenção britânica, descobrir as raízes do movimento punk com um
dos seus protagonistas, ou simplesmente aproveitar para conhecer alguns dos
mais emblemáticos espaços culturais da cidade do Porto. De 17 a 21 de julho,
tudo isto vai ser possível nos oito "palcos" escolhidos para receber a terceira
edição da KISMIF Conference 2016, um evento que vai juntar no Porto académicos,
músicos, artistas e toda a população da cidade numa celebração da música e da
cultura underground.


Organizada
pelo Instituto de Sociologia da Universidade do Porto (IS-UP, Portugal), em
parceria com o Pelouro da Cultura - Câmara Municipal do Porto (Portugal), a
KISMIF é (muito mais do que) uma conferência científica pioneira, centrada em
torno das cenas musicais underground e das culturas do-it-yourself (DIY). Ponto
de encontro de cientistas sociais que, um pouco por todo o mundo, investigam e
divulgam o fenómeno musical, trata-se também de uma plataforma de discussão e
reflexão que envolve músicos, críticos e outros nomes ligados à cena artística.


E se o
conceito promete, o programa não faz por menos. Dedicada ao tema "DIY Cultures,
Spaces and Places", a edição deste ano tem como primeiro ponto alto a sessão de
abertura, agendada para dia 18 julho, na Sala 2 da Casa da Música. Algumas
horas depois, pelas 13h30, o mesmo espaço vai receber Billy Bragg (cantor,
compositor, guitarrista, ativista político britânico e figura maior do
movimento ?anti-folk' dos anos 1980,) e Steve Ignorant (fundador e vocalista
dos Crass, banda inglesa que liderou o movimento punk anárquico em finais da
década de 70), dois ícones da música inglesa que falarão com o público sobre o
seu trabalho.


Ao longo dos
dias seguintes (ver programa), a discussão muda-se para os espaços da Faculdade
de Letras da U.Porto e será liderada por 13 key speakers de renome mundial,
incluindo Don Letts, músico, documentarista e DJ que se notabilizou por ter
introduzido o reggae e o dub na cena punk londrina dos finais da década de 70.
Pelo meio, a Conferência vai visitar outros espaços da cidade, com destaque
para a Casa da Música, o Teatro Municipal Rivoli, o Edifício Montepio, o Plano
B, o Palacete Viscondes Balsemão, as Caves Taylors e o Radio Bar.


Durante
cinco dias, a Invicta vai assim transformar-se na capital da cultura
underground através de um programa que, para além do debate científico, vai
envolver a cidade num conjunto alargado de eventos artísticos, com especial
enfoque na música underground e noutras expressões artísticas que vão expandir
a KISMIF para fora dos espaços académicos. Entre eles inclui-se a exibição de
nove exposições, sete concertos e DJ sets, 14 lançamentos de livros, entre
outras ações que prometem "propiciar a todos os participantes uma experiência
única ao nível das culturas DIY presentes em
Portugal, no Porto e nas suas diásporas singulares", antecipa Paula Guerra,
doente da FLUP e uma das coordenad

oras do evento.


O Congresso
será sucedido por uma Summer School - intitulada "Mappin' Your Own
Underground!" - que vai realizar-se no dia 22 de julho, na FLUP. Destinada a
estudantes de todos os ciclos de estudo, incluindo aqueles que participem no
Congresso, esta iniciativa dará aos participantes a possibilidade de discutirem
as suas investigações em seminários liderados por professores e investigadores
relevantes neste campo de investigação.


 


Fonte: Portal de Notícias da U.Porto