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Cultura em Expansão chega pela primeira vez a todas as freguesias da cidade

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António Pinho Vargas, Rui Veloso e Leonor Teles são três dos nomes que integram a nova edição do Cultura em Expansão que, com um festival de circo, cinema insuflável para crianças, uma galeria de exposições portátil, a inclusão do Centro Comercial Brasília nos locais a ocupar e uma novidade disruptiva no Oupa!, além de muitas mais surpresas, vai chegar pela primeira vez a todas as freguesias da cidade. Os projetos ascendem a 21 e o número de sessões e apresentações será de 68.  

Apresentado hoje em conferência de imprensa, na Associação de Moradores do Bairro Social da Pasteleira - Previdência/Torres (local que voltará a ser um dos palcos ao longo do ano), o programa municipal cumpre assim o objetivo que presidiu ao seu nascimento: chegar a toda a cidade, numa perspetiva de inclusão para fazer com que a cidade se confronte consigo mesma e se questione. Mas sem paternalismos.

Tais ideias foram sublinhadas pelo presidente da Câmara, Rui Moreira, que fez questão de recordar a tarde em que, há cinco anos, desenhou com Paulo Cunha e Silva as bases do que viria a ser o Cultura em Expansão. Devolver o Rivoli à cidade, pacificar a relação com os agentes culturais, acabando com o ambiente crispado de então, e levar a Cultura a toda a cidade foram três vetores aí definidos. E Rui Moreira considera terem sido alcançados, destacando a pluralidade de linguagens artísticas e estéticas que tem vindo a marcar crescentemente este programa.

Novas parcerias programáticas e de apresentação e uma vertente formativa que abrange agora todo o programa são algumas das provas esgrimidas pelo presidente para considerar que o Cultura em Expansão chega agora à idade adulta. Rui Moreira juntou também às "provas da maturidade do programa" o facto de se ter conseguido "programar projetos que se propõem analisar e pensar de forma crítica e livre a cidade". Ou seja, a tal "carta branca" dada aos criadores e que, na última edição, teve expressão máxima com o filme "Russa", produzido pela Câmara do Porto e realizado por João Salaviza e Ricardo Alves Jr. a partir de pedaços da vida do Bairro do Aleixo.

Daí, Rui Moreira ter repetido que "este não é um projeto paternalista, que nos afague; é um projeto libertário e inclusivo", frisando que a tarefa de construir a "cidade líquida" nunca estará acabada, apesar do elevado patamar alcançado com a chegada desta 5.ª edição.

Quatro blocos programáticos 

Registando um crescimento de 35 mil euros face ao orçamento do ano passado, o Cultura em Expansão contará com 245 mil euros para a programação, dos quais 30 mil correspondem ao apoio da Fundação Manuel António da Mota/Grupo Mota Engil, cujo administrador Rui Pedroto elogiou a preocupação da Câmara do Porto em introduzir constantemente elementos inovadores no programa.

Uma delas, como explicou o adjunto do presidente para a Cultura, Guilherme Blanc, é o novo formato do emblemático Oupa! que, em vez de uma residência noutro bairro, vai desta vez reunir os três Oupas já existentes (Cerco, Ramalde e Lordelo) num projeto de gravação em estúdio, com vista ao lançamento de um álbum e recorrendo já à Plataforma de Campanhã, que estará em funcionamento a partir de outubro deste ano.

Essa vertente enquadra-se na área de Laboratórios, da qual fazem parte ações nos domínios do cinema, circo, literatura e música. Duas das novidades são uma sessão laboratorial do ciclo poético Quintas de Leitura, que será realizada num sábado, em Aldoar, e o Circo Social - Festival Internacional de Circo do Porto, a realizar numa parceria com o Coliseu Porto. E há ainda a realçar a participação da realizadora de cinema Leonor Teles na criação de uma nova curta-metragem sobre o Porto, os seus lugares e as suas pessoas.

Na área estritamente musical, denominada Fala-me ao Ouvido, estão previsto concertos comentados pelos músicos, destacando-se António Pinho Vargas, que inaugura o Cultura em Expansão 2018 já a 24 de março, em Campanhã. De Satie a Zeca Afonso, passando por Rui Veloso, o espectro musical será bastante alargado e os músicos partilharão com o público detalhes habitualmente escondidos, como histórias das obras ou propostas artísticas.

Uma nova área é a de Viagens, que consiste em projetos de longa duração nas sete freguesias do Porto e das artes visuais, do cinema e do teatro. Abrange cinema insuflável itinerante para crianças, uma conferência sobre A Beleza, uma Objetoteca itinerante pelo Teatro de Ferro, que faz o encontro amoroso entre uma biblioteca e uma carrinha de feira, ou ainda uma galeria de exposições portátil e a utilização de um contentor marítimo como palco da uma experiência imersiva do TEP para assinalar os 500 anos da viagem de Fernão de Magalhães à volta do mundo.

Por seu lado, o teatro e as artes performativas voltam a ter maior expressão n' O Palco é a Cidade, que trará quatro produções de criação prolongada e que irá devolver a vida ao antigo Centro Comercial Brasília, além de espaços ao ar livre. A continuidade do trabalho Reclaim the Future/Exige o Futuro, Variações do Espírito do Lugar, Espírito do Lugar 4.0 e Jardim das Pedras são os quatro projetos contemplados.

O programa com todos os detalhes do Cultura em Expansão 2018 já está em distribuição pela cidade e também acessível online.