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Cultura em Expansão celebra a maternidade no início da primavera

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Inês de Carvalho

A consciência em torno do contraste entre as taxas de natalidade cada vez mais baixas em Portugal e o aumento da população mundial, conjugada à perceção do fenómeno da “maternidade muito jovem” em Campanhã, levou o Visões Úteis a refletir sobre a importância de criar um projeto que abordasse a “maternidade enquanto fenómeno íntimo, mas também social”.

Assim nasceu “Matriz”, um projeto performativo “local, mas inevitavelmente global”, com direção artística de Rita Soeiro e Lígia Milheiro, que, no próximo sábado, tem a sua primeira apresentação pública, às 17h00, na Associação Nun’Álvares de Campanhã.

Se por um lado lhes interessava “explorar a maternidade enquanto estado liminar da existência, enquanto momento em que uma pessoa entra num processo de se transformar em dois seres diferentes”, queriam também “estabelecer pontes entre este acontecimento íntimo e, necessariamente, transformador para o corpo e a vida da mulher, e o fenómeno social, abrangendo a família, os vizinhos, os amigos”, dizem Inês de Carvalho e Jorge Palinhos, do Visões Úteis.

Desafiaram, então, Rita Soeiro (psicoterapeuta, licenciada em coreografia, ballet clássico e dança contemporânea) e Lígia Milheiro (bailarina, professora de dança e fundadora e presidente da associação cultural Coreto) a encontrar um espaço de partilha para jovens grávidas, que permitisse compreender a sua vivência, “o que a gravidez implica para a sua autoimagem, a sua auto perceção, a relação social, os horizontes profissionais e sociais”.

Durante as últimas semanas, através de diversos encontros, “a dança e o movimento foram servindo de mediadores da partilha de histórias e memórias”, havendo ainda espaço para “a descoberta de um corpo em transformação, de um corpo habitado”.

Destas partilhas em que “tudo se torna vivo”, admite alguma surpresa na “entrega” e “generosidade das jovens”, até porque “são momentos muito circunscritos às suas vivências, e são muito bonitos por isso mesmo, por serem delas”.

Momentos e partilhas que agora pretendem devolver ao público, em forma de instalação sonora imersiva seguida de um convívio. Um evento simbolicamente marcado para o início da primavera, que pretende, segundo Inês de Carvalho, ser “uma celebração da maternidade em comunidade”, esperando, por isso, que se juntem, em ambiente festivo, “outras mães, avós, bebés, crianças e grávidas”.

À semelhança dos restantes espetáculos do Cultura em Expansão, a entrada é gratuita, mediante o levantamento de bilhete (até dois por pessoa) no dia e local da sua realização, a partir de uma hora antes do seu início.

Mais informações em www.culturaemexpansao.pt.