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Corrigidas anomalias, mantém-se a música no STOP, mas Pires de Lima também já se afina

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O presidente da Câmara do Porto informou, hoje, que a maior parte das necessidades urgentes de intervenção no Centro Comercial STOP já estão asseguradas e, por isso, a atividade dos músicos poderá prosseguir ali. Ainda assim, o Município continua a avançar com o projeto cultural para a antiga Escola Pires de Lima e acredita que a música se poderá ouvir naquelas instalações até ao final do ano.

Depois de uma reunião com os proprietários, Rui Moreira reconhece a vontade da nova direção em “manter a atividade” e “formalizar a legalização do edifício e dos músicos”. “As notícias são boas”, assegura o presidente, que adianta que “o conjunto extenso de intervenções que eram exigidas pela ANPC (Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil) está concretizado”, nomeadamente no que diz respeito a material de socorro a incêndios.

Por solucionar está, ainda, uma questão relacionada com um muro mandado erigir por um vizinho e que estará a obstruir o acesso, por uma porta de segurança, ao edifício pelas traseiras, mas também as janelas de ventilação.

“A fiscalização já lá foi e viu que havia uma intervenção ilegal”, confirmou o presidente da Câmara, durante a reunião de Executivo desta segunda-feira, acrescentando que a situação está a ser tratada.

O autarca admite, ainda, que a Câmara possa vir, inclusive, a alugar alguns espaços no STOP, atualmente sem utilização, o que “poderá ajudar a atividade dos músicos para guardarem lá equipamento, mas também dar alguma viabilidade ao centro”.

Projeto cultural na Pires de Lima disponível até ao final do ano

De qualquer forma, reforça, “avançaremos com a Escola Pires de Lima”. Isto, a par da atividade que ali desenvolve a Norte Vida e do facto de o Município recorrer ao espaço do ginásio para disponibilização dos periódicos durante as obras na Biblioteca Pública Municipal.

O objetivo é “desenvolver valências na área da música”, recorda Rui Moreira. O processo teve início com o levantamento integral do desenho do edifício, cedido pelo Ministério da Educação, e com um estudo prévio para a criação do sistema de “box in box”, que constituirá as futuras salas de ensaio, sem se perder o edifício em si e garantindo a insonorização.

Apresentando uma maquete do espaço ao Executivo, o vereador do Urbanismo e Espaço Público assegura que as “patologias mais óbvias do edifício” estão resolvidas, nomeadamente no que diz respeito a infiltração de água e materiais estragados. “A ideia é fazer um projeto-piloto dentro de um dos edifícios para perceber se as soluções técnicas são as mais indicadas”, afirma Pedro Baganha.

De acordo com o vereador, a primeira intervenção será para dotar o espaço de três torres para espaços de gravação, mas a antiga escola vai disponibilizar, também, mais tarde, espaços para as bandas atuarem, lugares para armazenamento de materiais e acessos para cargas e descargas.

“A minha expetativa é que, até ao final do ano, possamos ter gente a utilizar o espaço”, partilhou Pedro Baganha, sublinhando como este “é um projeto atípico. Nunca fizemos nada disto e nunca aconteceu nada disto neste espaço, por isso temos que ir desbravando caminho”.

“É o ecossistema que nos vai mostrar o que vamos precisar”, acrescenta o presidente da Câmara, reforçando que pelo menos “as feridas do edifício estão suturadas”.

Sobre a gestão do futuro espaço cultural, Rui Moreira assumiu que a ideia inicial de atribuir a responsabilidade à Associação Amigos do Coliseu foi substituída por um concurso público uma vez que, com o Município a fazer parte da presidência e do conselho fiscal, “a evocação da independência relativa à Câmara do Porto poderia ser contestada”.