Cultura

Conversa sobre saúde mental espreita o polémico Pavilhão dos Alienados

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Igreja dos Grilos

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O pavilhão que serviu para isolar doentes psiquiátricos muito agitados, no Hospital Conde de Ferreira, é tema para a conversa deste sábado no ciclo Um Objeto e seus Discursos por Semana. Depois de a unidade de saúde ter sido a mais visitada entre as estreias do evento Open House deste ano, o ciclo municipal sobre o património vai agora também ao hospital e coloca-nos num elemento polémico, mas que integra a história da cidade do Porto: o Panótico, mais conhecido como "Pavilhão dos Alienados" ou "Pavilhão dos Furiosos".

A partir das 18 horas, o antigo Hospital Psiquiátrico do Conde de Ferreira, onde os pacientes eram distribuídos em função da sua patologia (tipo e fase da doença) e da sua classe social, torna-se palco de uma conversa entre António Fernando Cascais, investigador nas áreas da biopolítica e da cultura visual da medicina, e Adrián Gramary, psiquiatra do estabelecimento e autor do livro "Palco da Loucura" (sobre algumas das mentes mais criativas da humanidade e de como a genialidade e a loucura se podem tocar).

Tendo como anfitrião Jorge Dias, presidente do Centro Hospitalar Conde de Ferreira, esta sessão de Um Objeto e seus Discursos por Semana terá lugar no salão nobre mas o tema é o Panótico, uma estrutura arquitetónica singular em forma de eneágono (nove lados), que servia para isolar os doentes mais agitados ou perigosos. Era uma estrutura fechada, uma "máquina de vigilância", como lhe chamaria o historiador e filósofo francês Michel Foucault, em que os vigiados, alojados em células individuais, estavam sujeitos à visibilidade plena.

A programação completa do ciclo "Um Objeto e seus Discursos por Semana", cujas iniciativas são de acesso gratuito mediante levantamento de bilhete, está disponível no site www.umobjetoeseusdiscursos.com.