Cultura

Conversa à moda do Porto discorreu sobre arte e guerra na Casa do Infante

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Com o título “O insustentável absurdo da guerra: a Arte e a Cultura como caminhos de resistência e de esperança”, a Casa do Infante recebeu, no passado dia 28, Pedro Abrunhosa, Nuno Camarneiro, Armando Malheiro, Mário Pinto da Silva para uma conversa à moda do Porto, moderada pela jornalista Helena Teixeira da Silva.

O encontro começou, lembrando Ana Luísa Amaral, quando lhe perguntaram para que servia a poesia: “A poesia, de facto, não serve para nada, não tem uma aplicação prática. Com a poesia não se faz uma mesa, não se constrói uma casa. Mas ela é absolutamente fundamental, porque, como toda a arte, assiste-lhe não o pragmatismo, mas o simbólico, e nós, humanos, precisamos do simbólico, que passa sempre pela nossa relação com os outros. Precisamos dele como precisamos de comer ou de dormir. Porque é sua a dimensão estética, mesmo quando fala do horror ou da crueldade. A poesia, tal como eu a concebo, faz-nos, acredito, melhores pessoas, porque nos move e nos comove”.

E foi neste quadro, inspirado, que a conversa fluiu, por mais de duas horas, cruzando os olhares de um músico, de um escritor, de um arquivista e de um militar, sobre como a arte e a cultura podem ser tão (in)úteis em momentos de destruição e de guerra.

Conduzida por Helena Teixeira da Silva, a conversa foi revelando como a literatura, a música, a ciência, a filosofia e a história aliadas à tecnologia podem fazer a diferença, contribuindo para que a memória do «nosso tempo» nos mostre, no futuro, melhores pessoas.

A sessão terminou com um Porto de Honra, onde convidados e público continuaram a partilhar experiencias, nesta que foi a última iniciativa das Jornadas Europeias do Património, promovida pelo Município do Porto.