Ambiente

Conhecidos os anfíbios, as plantas macrófitas e os macroinvertebrados, é tempo de melhor cuidá-los

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O Município do Porto deu início, há seis meses, ao projeto de Monitorização e Restauro da Zonas Húmidas (MoRe) da cidade. Depois de um trabalho de conhecimento dos anfíbios, das plantas macrófitas e dos macroinvertebrados que habitam as pequenas massas de água da cidade, é agora o momento de melhor os proteger. Para isso, já arrancaram as ações de formação para operacionais e técnicos de espaços verdes.

Até ao momento, foram inventariadas 178 massas de água do concelho. Em 90 destes espaços, foi registada a presença de plantas aquáticas macrófitas, em 63 de macroinvertebrados aquáticos e os anfíbios habitam em 71 massas de água.

As equipas conseguiram identificar sete espécies de anfíbios no Porto, sendo a rã-verde a mais comum, enquanto o sapo-de-unha-negra e a rã-de-focinho-pontiagudo são as espécies mais raras nas áreas verdes da cidade. A primeira está presente num único local e a segunda espécie em dois.

Foram, igualmente, identificadas e mapeadas as ameaças às massas de água, incluindo a recente chegada do lagostim-vermelho-da-Louisiana ao Parque da Cidade do Porto.

De momento, o Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) procede, ainda, à recolha e análise molecular de macroinvertebrados aquáticos, enquanto continua com a amostragem em algumas massas de água e o inventário da biodiversidade destes hotspots.

O MoRe Porto é um projeto promovido pelo CIIMAR, financiado pela Fundação Belmiro de Azevedo e conta com a Câmara do Porto como principal parceiro estratégico.

Nesse sentido, o Município, orientado pelo princípio “conhecer para proteger”, encontra-se a capacitar as equipas responsáveis pela manutenção dos espaços verdes da cidade. Com ações de formação desenvolvidas entre o Parque da Cidade o Viveiro Municipal, cerca de 50 trabalhadores puderam conhecer a diversidade e importância dos seres vivos que habitam charcos e tanques, bem como aprender a executar as técnicas de manutenção e gestão mais adequadas a estes locais, de forma a contribuir para a sua boa qualidade ambiental e conservação da biodiversidade associada.

Entre os objetivos estão a concretização do mapeamento e caracterização das Zonas Húmidas, a reparação e criação de novas massas de água, restaurando a biodiversidade e otimizando os serviços de ecossistema.

Faz ainda parte do MoRe o desenvolvimento de ações de formação, educação e sensibilização sobre o valor das Zonas Húmidas com escolas locais.