Sociedade

Transporte público entre os grandes investimentos de que o Porto beneficiará nos próximos anos

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Foi esta manhã anunciado pelo
Ministro do Ambiente e pela Administração da Metro do Porto a construção de uma
nova linha no Porto (G - Rosa), bem como o prolongamento da linha Amarela em
Vila Nova de Gaia. No Porto será executada a ligação entre a Casa da Música e
São Bento através de túnel, servindo a Praça da Galiza e o Hospital de Santo
António.


O investimento total anunciado é de
290 milhões de euros, 181 milhões dos quais no Porto. O Governante deixou ainda
antever que serão estudadas agora novas ligações a Gondomar e Maia, mas
divulgou que a linha melhor estudada é a que ligará o Campo Alegre à Casa da
Música e às Devesas, em Vila Nova de Gaia, através de uma nova ponte sobre o
Douro. Contudo, esta nova ligação apenas poderá ser candidatada no próximo
quadro comunitário de apoio.


A nova linha do Porto resulta dos
estudos de procura realizados e, como lembrou João Pedro Matos Fernandes, a
estação da Galiza ficará tão próxima do polo universitário do Campo Alegre como
fica a atual estação do IPO da FEUP.


Com estas novas ligações, que
deverão estar concluídas até ao final de 2021, a Metro do Porto conseguirá
captar mais 30 mil passageiros por dia.


Na sua intervenção durante o
anúncio feito esta manhã, Rui Moreira lembrou que "o último anúncio de
construção de uma linha aconteceu em 2005, quando ficou definida a linha de
Gondomar, que numa muito pequena extensão, também percorre território no Porto.",
lembrando que o anúncio "representa o regresso ao investimento num meio de
transporte que os portuenses adotaram como seu, que ajudou de forma decisiva a
baixar os níveis de CO2 na cidade, que veio resolver importantes problemas de
tráfego automóvel e que hoje ajuda a toda uma nova dinâmica que a cidade do
Porto vai ganhando."


 


SOLUÇÃO PARA O TERMINAL INTERMODAL
DE CAMPANHÃ SERÁ ANUNCIADA NA PRÓXIMA SEXTA-FEIRA


 


O autarca lembrou também que "dos
500 milhões de euros que o Governo disponibilizou para redes de Metro no país,
estas duas linhas que serão construídas na Área Metropolitana do Porto
consumirão quase 290 milhões de euros, ou seja, um investimento acima do que
será realizado no Metro na Área Metropolitana de Lisboa, no mesmo período.",
salientando que "o Porto vai voltar a ter grandes obras públicas relacionadas
com transporte. Obras públicas que, diga-se, não se ficarão pela construção de
linha de Metro".


Rui Moreira referia-se ao anúncio
que será feito na próxima sexta-feira, pela Câmara do Porto sobre qual a
proposta vencedora para a construção do Terminal Intermodal de Campanhã, "uma
obra fundamental para a reorganização e ordenamento do sistema de transportes
do Porto que espera este investimento pelo menos desde 2003, há 14 anos.",
disse.


"A intermodalidade, entre
transporte rodoviário, ferroviário e Metro terá, finalmente o seu grande
instrumento em Campanhã, uma freguesia crucial para o desenvolvimento da
cidade. E diria, da Região.", acrescentou.


Mas Rui Moreira diz que a
mobilidade no Porto será alvo de outros investimentos nos próximos tempos. "Além
do termina de Campanhã, a Câmara do Porto está a estudar novos interfaces e
novos pontos de intermodalidade na cidade".


Ainda sobre as novas linhas de
Metro agora anunciadas, o autarca do Porto quis deixar claro que considera
terem "andado bem o Governo e a Metro do Porto quando colocaram acima de
qualquer outro legítimo interesse, o interesse público. Não poderia ser de
outra forma. Numa altura em que escasseiam recursos, tinham que ser os estudos
de procura e custo/benefício a determinar que linhas seriam construídas.
Ninguém entenderia que fosse de outra forma", explicou.


A esse propósito disse ainda que "a
linha que agora será construída no Porto não é a expansão do Metro que
queríamos. Claro que queríamos e queremos mais. A ligação ao Campo Alegre, a
densificação na malha urbana, ligações mais periféricas e radiais fazem sentido
e seriam igualmente bons investimentos. Mas com os recursos que estavam
disponíveis, penso ter sido tomada a decisão correta, pelo menos no que diz
respeito ao Porto".


Explicando a ligação entre Casa da
Música e a Baixa, Rui Moreira explicou o que considera ser o seu triplo efeito.
"O primeiro é o descongestionamento já evidente no eixo Casa da Música -
Trindade, o braço comum de todo o sistema de Metro, que atinge já o seu limite.
Mas terá também um enorme impacto positivo no trânsito à superfície numa zona
particularmente complicada em matéria de trânsito rodoviário, como é o caso da
Praça da Galiza e de toda a envolvente do Hospital de Santo António. Finalmente,
embora o orçamento disponível não tenha permitido investir já num braço para o
Campo Alegre, ele abre essa possibilidade futura desta linha vir a fechar um
grande anel de Metro no Porto".


E sobre o futuro, o presidente da
Câmara do Porto lembrou também que "este grande investimento não esgota, por
isso, a nossa ambição e não deve esgotar o empenho deste e de futuros
executivos na procura de novas soluções e ligações de Metro na cidade."


 


METROBUS É SOLUÇÃO COMPLEMENTAR



O facto de não haver orçamento para
mais Metro nos próximos anos não deixa Rui Moreira parado quanto a soluções
futuras e complementares Por isso, "posso anunciar que a Câmara do Porto está a
estudar novas soluções de transporte urbano em canais dedicados, mais ligeiros,
que possam complementar a rede de Metropolitano. Refiro-me, em concreto, à adoção
de meios suaves na cidade, em fase adiantada de estudo, mas também a soluções
de MetroBUS que podem, enquanto a rede de Metro não se densifica e expande,
resolver alguns dos problemas de mobilidade".


Segundo o autarca "estas soluções apenas
poderiam ser fechadas após a definição da linha agora apresentada e serão facilitadas
pela passagem, que se espera para muito breve, da gestão da STCP para a gestão
municipal".



A terminar, Rui Moreira deixou uma
palavra aos seus colegas autarcas da Área Metropolitana do Porto, "por terem
sabido consensualizar a ideia de que os investimentos a fazer na rede de Metro,
pelo menos desta vez, obedeceriam a estudos de procura e a um plano técnico que
evidenciasse o custo/benefício. Foi também esse consenso que nos permite chegar
aqui hoje, sem sobressaltos".


Além dos investimentos anunciados para a Metro do Porto, também a STCP abrirá brevemente concurso para aquisição de 200 novos autocarros para melhorar e aumentar a sua frota, numa altura em que as autarquias se preparam para gerir a empresa. Este investimento será realizado pelo Estado que absorverá ainda a dívida histórica da STCP.