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Cidade Azul leva cidadãos ao terreno para conhecer projetos de sustentabilidade

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Durante dois dias, as cidades e o desafio da sustentabilidade ambiental estão no centro do debate, no Porto, num encontro entre cientistas, governantes e cidadãos, que vai ligar urbes dedicadas a garantir o futuro. O objetivo é dar a conhecer o estado da ciência e os reptos ambientais que os grandes aglomerados populacionais enfrentam.

O evento "Cidade Azul" arrancou esta quinta-feira, com uma viagem pela cidade, com o objetivo de mostrar no terreno alguns dos projetos mais emblemáticos do Município, nas áreas do ambiente e da sustentabilidade.

A iniciativa, organizada pelo jornal Público e pela Câmara Municipal do Porto, conta com o envolvimento direto das empresas municipais Porto Ambiente e Águas e Energia do Porto, que abriram portas para desvendar os bastidores de algumas das iniciativas e programas com maior impacto nas áreas em questão.

A primeira ação deste evento marcou pela diferença, ao permitir a leitores do jornal Público conhecer, no terreno, projetos como o Parque da Asprela, as ilhas de compostagem, a Gestão de Operações do ciclo urbano da água na cidade, o laboratório de análises da água, as instalações fotovoltaicas do bairro da Agra do Amial e o Parque das Águas.

O vice-presidente e responsável pelos pelouros do Ambiente e Transição Climática, da Inovação e Transição Digital, foi o cicerone da visita, que atravessou diferentes geografias do Porto. Explicou os diferentes projetos e a forma como foram construídos, a mecânica subjacente a cada um, a sua concretização no terreno e o seu contributo para a sustentabilidade e descarbonização da cidade. Durante a viagem, os participantes tiveram a oportunidade de entrar em espaços normalmente inacessíveis ao cidadão comum, conhecer os bastidores de uma parte da gestão da cidade, e ainda de colocar questões diretamente a Filipe Araújo.

Exemplos de sustentabilidade

Por exemplo, o projeto "Asprela + Sustentável" está a transformar uma zona vital da cidade, em Paranhos, num caso pioneiro de gestão da energia solar enquanto fonte sustentável de energia. Para tal, foram identificadas duas comunidades – o Agrupamento Habitacional da Agra do Amial e a comunidade escolar local (estabelecimentos de ensino básico) – que serão incentivadas e instruídas para o consumo de energia limpa, a adoção de carregamentos elétricos, numa lógica de mobilidade sustentável, e para o armazenamento de parte da energia produzida.

Já o projeto pioneiro de recolha de orgânicos da Porto Ambiente, lançado em abril de 2021, é um grande impulsionador da economia circular, através da valorização destes resíduos em composto devolvido aos solos para enriquecimento dos mesmos. São já mais de 2400 toneladas de resíduos recolhidos até à data, o que equivale a cerca de 90 toneladas/mês, resultados que são fruto do envolvimento de mais de 30 mil famílias (mais de 71 100 habitantes) que contam, para o efeito, com mais de 520 contentores de proximidade.

O tour da "Cidade Azul" passou também pelo Campus Águas e Energia do Porto, onde se situa a nova sala de comando, designada de Centro de Gestão de Operações, inaugurada em dezembro de 2019. É dotada de tecnologia de última geração, videowall interativo e tem como missão coordenar de forma eficaz os recursos, de modo a obter uma maior operacionalidade e rapidez de resposta em casos de emergência e nas solicitações.

Inserido na lista de laboratórios aptos, emitida pela Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), a atividade principal do Laboratório da Águas e Energia do Porto é a conceção e execução de planos de controlo analítico de todo o ciclo urbano da água: água para consumo humano, águas residuais, águas das ribeiras do Porto e águas balneares. Só durante o ano de 2021 foram analisadas 7740 amostras, num total de 64475 análises, o que representou um aumento de 8.4%, relativamente a 2020.

O tour passou, igualmente, pelo Parque Patrimonial das Águas (PPA). Em janeiro de 2021 passou a integrar a Global Network of Water Museums (WAMU-NET), vendo reconhecido pela UNESCO o seu valor como património mundial. Esta iniciativa do Intergovernmental Hydrological Programme (UNESCOIHP) tem como missão impulsionar a conexão das necessidades futuras com o conhecimento passado e presente, o uso sustentável da água e práticas de gestão.

Esta sexta-feira, as questões ambientais que os grandes aglomerados populacionais enfrentam vão estar no centro do debate que decorrerá no Super Bock Arena – Pavilhão Rosa Mota, contando com a presença do presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, do prefeito de Niterói, Axel Schmidt, da comissária europeia para a Coesão e Reformas, Elisa Ferreira, entre muitos outros oradores.