Cultura

Chegou a Primavera e trouxe com ela a música, a liberdade… e Nick Cave

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As promessas foram todas cumpridas: o bom tempo, o regresso de um dos maiores festivais do país, a liberdade de viver em pleno os grandes eventos e a música que atrai todas as idades, estilos e nacionalidades. Chegou a Primavera ao Parque da Cidade e por ali vai manter o ritmo até sábado. Hoje é dia de ouvir muitos, mas principalmente Pavement e Beck.

Se em edições anteriores lhe chamaram “o melhor festival do país”, a vontade de voltar aos grandes festivais está a deixar os festivaleiros rendidos ao NOS Primavera Sound. Com mais de 30 nacionalidades presentes e bilhetes esgotados há mais de um mês, o primeiro dia de Primavera foi, para 35 mil pessoas de toalha na relva, um novo começo.

Muitos reencontros de “habitués” destes eventos, muitos abraços, muitos corpos soltos, muita da liberdade perdida nos últimos dois anos para uma pandemia que cortou a música em todo o mundo. Pelas reações, ainda ninguém se esqueceu de como é o Primavera: cinco palcos, bandas consagradas e artistas emergentes, zonas de alimentação e barracas. O sol e o mar bem perto. Pelo meio, muitos metros quadrados de verde para desfrutar e uma consciência ambiental que não recua no propósito.

Nesta quinta-feira, e ainda que houvesse público para as cerca de duas dezenas de artistas trazidos pelo cartaz do NOS Primavera Sound como Sky Ferreira, Cigarettes After Sex ou Stella Donnelly, os caminhos do Parque da Cidade acabaram por levar ao palco principal e ao terceiro concerto de Nick Cave and The Bad Seeds no festival do Porto. Se fosse preciso um resumo, seria: o êxtase em cima do palco, a felicidade de o poder voltar a partilhar a partir do relvado.

O australiano trouxe músicas incontornáveis da carreira como “Red Right Hand”, “Jubilee Street” ou “The Mercy Seat”, mas também foi ao álbum que fez recentemente com Warren Ellis – também ele bastante aplaudido pelos festivaleiros do Primavera Sound – com “White Elephant” e “Carnage”. “Into my arms”, com Nick Cave ao piano, claro, também flutuou no Parque da Cidade. “Também vos adoro. A sério. Bastante”, deixou ficar no Porto.

E até podia ser difícil atuar a seguir a Nick Cave, mas a tarefa calhou aos experientes – e muito aguardados - Tame Impala. Muitos estavam no Porto só para os ver. Vindos do mesmo país que o seu antecessor fizeram o pop/rock psicadélico de canções como “Feels Like We Only Go Backwards”, “Let It Happen” ou “The Less I Know the Better” ecoar por todo o Parque da Cidade, oferecendo largos minutos de pista de dança ao ar livre.

Nesta sexta-feira, a música fica marcada pelo regresso do indie rock dos Pavement aos palcos, e inclui ainda a oportunidade de voltar a ver Beck em Portugal.

O Município do Porto marca presença com o espaço “Porto Family Garden”, onde vem promovendo as várias dimensões de atração de talento da cidade. Segundo a organização, o festival representará entre 35 a 40 milhões de euros de impacto direto na economia da Invicta.

A melhor forma de chegar ao Parque da Cidade nestes dias é de transportes públicos. Para isso, tanto a STCP como a Metro do Porto reforçaram a operação que leva os festivaleiros ao Primavera Sound.