Inovação

CGI serve de base para testar resposta a eventos de emergência

  • Porto.

  • Notícia

    Notícia

Representantes das cidades de Cartagena, Molina de Segura, Torre Pacheco, Attica, Vilnius e Napóles visitaram, recentemente, o Centro de Gestão Integrada (GCI) do Município do Porto, tendo oportunidade de ver o trabalho ali desenvolvido, no que se refere aos modelos adotados para garantir uma gestão centralizada e eficiente da cidade.

A visita enquadrou-se na reunião de trabalho do conjunto de parceiros do projeto europeu BeOpen-DEP, que o Porto integra, criado para aumentar a disponibilidade, qualidade e utilização de conjuntos de dados abertos, tirando partido do desenvolvimento de uma nova geração de serviços e competências no domínio da inteligência artificial (IA), com origem na União Europeia (UE).

O vice-presidente e responsável pelo pelouro da Inovação e Transição Digital, Filipe Araújo, recebeu a comitiva, reforçando a importância da participação do Porto, através do CGI e sob coordenação da Porto Digital, "para encontrar soluções que promovam a igualdade, acessibilidade, sustentabilidade e que tenham em consideração o impacto das alterações climáticas".

"O Município do Porto tem trabalhado de forma diligente para garantir que as soluções e serviços fornecidos às operações se alinham com as necessidades e objetivos específicos para o desenvolvimento de um Espaço Público Europeu de Dados, pelo que encontrámos no BeOpen um alinhamento perfeito com a nossa estratégia e governação de dados", referiu.

Projeto decorre em seis países europeus

De facto, o caso de utilização previsto ao abrigo do BeOpen pretende potenciar a capacidade de resposta em cenários de desastre natural ou catástrofe. Os conjuntos de dados a utilizar deverão auxiliar na tomada de decisão, pela sua capacidade de referenciar, geograficamente, eventos extremos, como incêndios, inundações ou acidentes de grandes dimensões. Tendo por base a solução de partilha de dados que vier a ser implementada, deverá ser também possível identificar áreas da cidade com maior propensão para futuras ocorrências deste âmbito.

Assim, as entidades envolvidas pretendem desenvolver uma solução padronizada que melhore a interoperabilidade técnica de dados abertos. Esta contemplará todo o ciclo, desde a recolha e tratamento dos dados até à publicação final dos mesmos. A solução será depois materializada em oito projetos pilotos, a decorrer em seis países (Alemanha, Espanha, Grécia, Itália, Portugal e Espanha).

De referir que, nos últimos anos, as tecnologias digitais transformaram a economia e a sociedade, com impacto em todos os setores de atividade e na vida quotidiana de todos os cidadãos. Os dados estão no centro desta transformação e torna-se imperativo zelar pelos valores, direitos fundamentais e diretrizes europeias relativas à proteção da privacidade.

Plano de Gestão e Valorização de Dados

Antecipando os desafios que viriam no futuro, em 2015, o Porto constituiu o CGI com o objetivo de reunir os responsáveis diretos pela gestão da cidade, antes de avançar com a implementação de novas e revolucionárias tecnologias. Esta permitiu a identificação e resolução conjunta de problemas, apostando na colaboração direta entre colegas para enfrentar os desafios urbanos.

Desde então, os dados têm-se revelado essenciais para fomentar o desenvolvimento de serviços inovadores, não só para a equipa do CGI, mas também para todas as equipas municipais. Como resultado, depois de vários projetos, incluindo o Synchronicity, outro projeto europeu no qual o Porto participou, foi possível lançar as bases para uma infraestrutura tecnológica de importância capital para a cidade: a Plataforma Urbana.

Paralelamente, em 2021, o Município do Porto apresentou o seu "Plano de Gestão e Valorização de Dados", orientado pela visão de que as cidades, compostas pelas suas organizações, empresas, cidadãos e visitantes, representam uma fonte inigualável de dados. Com o devido processamento, estes revelam-se indispensáveis para a criação de fontes de informação vitais para um desenvolvimento sustentável.

Tratamento seguro de dados

A valorização da informação municipal é facilitada por uma plataforma interna de disseminação organizada de dados (com todos os conjuntos de dados e recursos associados essenciais para o desenvolvimento transversal das atividades municipais). Esta plataforma assenta em dois pilares distintos: um Meta-Indexador de Dados (MP) Intramunicipal e uma estratégia de Dados Abertos.

Apesar de distintos, os dois pilares complementam-se do ponto de vista técnico e, mais importante, do ponto de vista da gestão e valorização efetiva dos dados. Como estas ações giram em torno dos dados e da informação, são intrinsecamente transversais à organização e, na prática, conduzem à implementação de processos internos, ao nível das unidades organizacionais. Estes processos garantem o armazenamento e tratamento seguro dos dados municipais e a publicação de conjuntos de dados selecionados como Dados Abertos.

O projeto BeOpen reúne 18 parceiros de oito países europeus. Oito casos de utilização de seis países (Alemanha, Grécia, Itália, Lituânia, Portugal e Espanha) vão testar e validar o modelo, num horizonte temporal que se prevê terminar em 2025. A atividade do Porto no consórcio é coordenada pela Porto Digital, enquanto toolbox para a inovação e transição digital do município.