Cultura

Cem anos do Conservatório de Música do Porto

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Miguel Nogueira

Na próxima quarta-feira, 1 de junho, o Conservatório de Música do Porto assinala cem anos de vida, mas a festa já começou e faz-se durante
2017 com concertos, festivais, visitas guiadas às antigas instalações e uma exposição
de cem objetos ligados à sua história na biblioteca da instituição de ensino artístico.


O ponto alto das comemorações acontece no dia do aniversário,
onde se irá realizar uma visita guiada às três casas que foram morada do Conservatório
ao longo dos anos. Esta visita repete-se a 7 e 14 de outubro. Está também
agendado um concerto na Casa da Música, com a Academia Coral da escola e a
Orquestra do Norte, que vão interpretar "Missa Solene de Santa Cecília", de
Charles Gonoud.


Da programação, a destacar também a segunda edição do
PianoPorto, uma maratona de 24 horas de piano que o Conservatório organiza com
o apoio da Câmara do Porto e que se espalha por toda a cidade, do Auditório da
escola à estação ferroviária de São Bento, a museus e à Câmara Municipal, entre
outros locais.


 


Uma casa de grandes nomes
e tradições


Criado pela Câmara do Porto a 1 de junho de 1917,
a escola pública teve Bernardo Moreira de Sá como primeiro diretor, avô da
pianista Helena de Sá e Costa e da violoncelista Madalena Moreira de Sá (e
Costa).


Inicialmente instalado no Palacete dos Viscondes de
Vilarinho de São Romão, na travessa do Carregal, a escola mudou-se em 1975 para
o Palacete Pinto Leite, na rua da Maternidade, onde viria a passar mais de 30
anos.


A ala poente do edifício da Escola Secundária Rodrigues de
Freitas, na praça Pedro Nunes, é, desde 2008, a casa atual da escola, numas
instalações que incluem ainda um novo edifício onde foram instalados um estúdio
de gravação, uma sala de orquestra, auditórios e uma biblioteca, fazendo com
que a escola, segundo o diretor da instituição conte com um equipamento "ao
nível do que há de melhor na Europa".


A instituição, que em 1992 foi agraciada com a Medalha de
Mérito Cultural Grau Ouro do Porto, guarda ainda o espólio da violoncelista
Guilhermina Suggia e do compositor e violinista Nicolau Medina Ribas, bem como
documentação de vários outros nomes da música nacional.


Também a criação da Orquestra Sinfónica do Porto, agora
associada à Casa da Música, teve origem na Orquestra Sinfónica do Conservatório
de Música do Porto, raízes que serão evocadas a 22 de junho, no Teatro Rivoli,
numa recriação do primeiro concerto do grupo.


Pelo Conservatório passaram alguns dos grandes nomes da
música nacional como Pedro Burmester e Pedro Abrunhosa, além de António Pinho
Vargas, mas também nomes mais recentes com carreira internacional, como os
pianistas Vasco Dantas Rocha, Pedro Gomes e Nuno Ventura de Sousa.


Atualmente, a escola é frequentada por cerca de 1100 alunos,
conta com um corpo docente que ronda os 180 professores e duas dezenas de
funcionários.