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Católica promove diálogo sobre comunidades urbanas no século XXI

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“Nós cidadãos: imaginando comunidades urbanas no século XXI”. Foi com este tema como bússola, e partindo da sua experiência como autarca, que o presidente da Câmara do Porto protagonizou o arranque das conferências de outono promovidas pela Universidade Católica Portuguesa do Porto.

Nas palavras de Rui Moreira, "uma coisa é certa: o desenvolvimento harmonioso das cidades dependerá sempre da sua capacidade de adaptação a desafios tão disruptores como as alterações climáticas, a descarbonização económica, a transição digital, o crescimento demográfico e a urbanização crescente".

Perante uma plateia maioritariamente de alunos do mestrado em Direito Internacional e Europeu, o presidente da Câmara do Porto enumerou algumas das que considera as "grandes tendências de futuro nas cidades e nas comunidades urbanas".

A crescente aglomeração urbana, potenciadora de problemas como a "carência e precariedade habitacional, degradação do ambiente, dificuldades de mobilidade", entre outros, mas, igualmente, "uma oportunidade para fornecer serviços públicos de forma mais económica, eficiente e abrangente" será uma das tendências.

Rui Moreira acredita que "com políticas de urbanismo sustentável e boas práticas de governança digital, é possível não só potenciar o bem-estar das populações como minimizar o impacto social e ambiental da sua aglomeração".

O autarca destacou a importância de projetos em curso, no âmbito das "cidades inteligentes", com o Porto a assumir-se, hoje, como "um laboratório vivo para as cidades do futuro". O exemplo que levou à Universidade Católica foi o da escolha da Invicta para o programa da Comissão Europeia “100 Intelligent Cities Challenge”.

"A cidade funciona hoje como uma plataforma de colaboração multidisciplinar capaz de atrair, potenciar e dinamizar projetos em áreas estratégicas para o desenvolvimento sustentável e inteligente", sublinhou o presidente da Câmara, lembrando a importância de "mobilizar os atores locais".

Escolhas de todos determinam materialização do futuro

Rui Moreira considera, ainda, as tendências relativas aos avanços tecnológicos, ao urbanismo, ao ordenamento do território e à gestão do ambiente. Para o autarca, as cidades não têm "outra alternativa senão investir fortemente na sustentabilidade". Nesse campo, lembrou como o Município estabeleceu, com diferentes parceiros, o Pacto do Porto para o Clima, procurando a meta da "redução de gases com efeito estufa na ordem dos 85% e uma captação de carbono de cerca de 15%", até 2030.

O presidente da Câmara antecipa que "as cidades do futuro vão investir em infraestruturas e habitações mais resistentes" para responder aos efeitos das alterações climáticas e tornar-se-ão "mais coesas, fruto da melhoria das redes de transportes".

Rui Moreira afirma que "a materialização destas tendências dependerá muito das escolhas políticas, económicas, sociais e culturais que as sociedades fizerem ao longo do tempo".

Os ISP Dialogues, criados dentro do International Studies Programme, são uma iniciativa do mestrado em Direito Internacional e Europeu e procuram, através de "uma abordagem inovadora, interdisciplinar e internacional", fomentar e encorajar "o pensamento crítico, contextos interdisciplinares, e uma abordagem abrangente e humanista" destas temáticas, permitindo aos estudantes "compreender o mundo do século XXI de uma forma mais alargada, pluralista e interdependente".

Antes destes diálogos de outono, já passaram pelas conferências da Católica especialistas como o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, os embaixadores dos Estados Unidos e da Índia ou a comissário europeia para a Coesão e Reformas, Elisa Ferreira.